sábado, 23 novembro

(Foto: Greice Nichelle)

A deputada Stela Farias propôs nesta quinta-feira (12/05) que a Assembleia Legislativa crie uma Comissão Especial para investigar em detalhes os motivos que levam o IPE Saúde à situação de extrema gravidade em que se encontra, apesar de ser uma realidade conhecida e que perdura há vários anos, sem receber a devida atenção por parte do governo do Estado. “A situação do IPE mereceria uma auditoria total, geral, pra não dizer até mesmo uma CPI que pudesse investigar todo o seu passivo”, defendeu a parlamentar durante a Audiência Publica realizada nesta quinta-feira (12/05) na Comissão de Segurança, Serviços Públicos e modernização do Estado que reuniu dirigentes sindicais, funcionários públicos, usuários, sindicato dos médicos e hospitais filantrópicos para discutir a grave situação do Instituto de Previdência do Estado.
O IPE Saúde é o Sistema Público de assistência à saúde dos servidores públicos do estado e de outras esferas públicas, bem como dependentes e pensionistas. O parlamento gaúcho vem recebendo diversas denúncias e promovendo audiências públicas na tentativa de mediar soluções para a situação da autarquia, classificada por todos os segmentos envolvidos como uma situação gravíssima. “Vivemos um processo onde mais uma vez a ganância do mercado quer colocar seus tentáculos e suas garras sobre esse que é o plano de saúde historicamente muito importante para os quase um milhão de usuários”, declarou. Stela relatou sua experiência pessoal quando precisou um procedimento cirúrgico de urgência no mês de abril: “Sou usuária do IPE, como servidora pública que sou. O único plano que tenho é o IPE Saúde. vivi pela primeira vez a necessidade de um atendimento de urgência (…)”. Ela conta que teve um atendimento exemplar, que também leva a compreender toda a gravidade de um plano de saúde que está sendo massacrado pelos quase oito anos sem reposição salarial dos servidores, os principais contribuintes do Plano. Sem reposição salarial e sem outros meios de aporte de recursos, não há ampliação dos valores de contribuição ao sistema.
A deputada defendeu a criação da Comissão diante de uma realidade que é conhecida de todos, mas, apesar disso, não melhora. “Para além do massacre da falta de reajuste e do desmonte do sistema publico de previdência e saúde, vivemos situações como protocolos internos do IPE que não permitem ou, melhor, não admitem que se faça procedimentos modernos e menos invasivos”, criticou. No caso pessoal, Stela lembra que os médicos indicaram um procedimento cirúrgico menos invasivo: “tive autorização pelo IPE de fazer um procedimento muito mais perigoso enquanto os médicos preconizavam a colocação de prótese no coração numa situação menos invasiva, menos perigosa e obviamente com menos tempo de internação, portanto mais barata do que poderia ocorrer” criticou. “E essa é uma situação brutal. Uma situação também muito grave que atinge todos os usuários do IPE que precisam recorrer à justiça para ter o procedimento menos invasivo, além do que, nós sabemos, todos vivenciam consultas em que os médicos informam que só vão receber seis ou sete meses depois. Por isso, é preciso olhar com mais atenção para essa situação”, defendeu a parlamentar.
Mesmo sendo um ano eleitoral, a deputada Stela considera importante que a proposição de uma Comissão Especial avance. “Mais importante ainda ser em período eleitoral, pois será muito importante discutir essa realidade com uma lupa maior, com um olhar mais atento ainda”. A deputada considera importante que as pré-candidaturas falem sobre a situação do IPE e apresentem propostas. “Afinal, somos quase um milhão de usuários, servidores públicos e familiares que dependemos desse serviço e temos a força do voto para garantir a manutenção desse serviço que é tão importante para todos nós”, finalizou.

 

Texto: Denise Mantovani (MTb 7548)

 

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