O presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci de Oliveira (PT), e os deputados petistas Edegar Pretto, Sofia Cavedon e Zé Nunes receberam nesta terça-feira (26) uma comitiva de Piratini, município da região Sul do Rio Grande do Sul, que veio a Porto Alegre em busca de solução para o problema da falta de transporte escolar.
A reunião aconteceu na sala da presidência, onde diretores, professores e representantes dos poderes executivo e legislativo relataram aos deputados o drama vivido pela educação no município. Segundo o diretor da Escola Estadual Adão Pretto, Gabriel Barcellos, cerca de 290 estudantes estão sem aulas presenciais desde o dia 21 de fevereiro, quando iniciou o ano letivo. O problema piora porque não há estrutura adequada para o ensino remoto.
O presidente Valdeci anunciou que o parlamento atuará em busca de soluções ao problema e que a pauta será tratada nos próximos dias com o procurador-geral de Justiça do Estado, Marcelo Dornelles. Para Pretto, o executivo estadual abandonou a gestão em áreas importantes, como a educação. “O governo tem sido irresponsável, tem se vangloriado de um superávit de R$ 2,5 bilhões. Quer doar R$ 490 milhões para arrumar as estradas federais, enquanto temos demandas como as das escolas, que sofrem com a falta de estrutura. O governo não pode brincar com a educação”, alertou Pretto.
A falta de transporte no município prejudica as aulas em oito escolas estaduais. Cinco delas estão localizadas em áreas de assentamentos da reforma agrária, quilombolas e de agricultura familiar. Mesmo que se tenha a alternativa das aulas online, a falta de internet de qualidade tem prejudicado a aprendizagem dos estudantes. “Considerando que nós viemos de dois anos de pandemia, 2022 seria o ano de resgate das aprendizagens, mas o que vemos hoje são alunos sem transporte”, disse Barcellos.
Ainda na terça-feira, a comitiva esteve na Secretaria Estadual da Educação (Seduc) e no Ministério Público, em busca de solução urgente aos problemas. Barcellos comentou que o Governo do Estado está fazendo contratação emergencial, e desde o início do ano letivo tem dado um prazo de 15 dias para resolver o problema. “Esses prazos de 15 dias já chegaram a dois meses, então a comunidade não aguenta mais. Nós, enquanto direções de escolas, também não aguentamos mais ficar dando desculpas de que daqui a 15 dias vai voltar a ter transporte. A comunidade continua mobilizada e solicitou a suspensão das aulas remotas até que o transporte seja oferecido de fato para os alunos irem às escolas”, afirmou.
Também participaram da reunião na Assembleia Legislativa o prefeito de Piratini, Márcio Porto (MDB); os vereadores José Auri Soares (PT), Maria Lúcia Madruga (PDT), Carlos Caetano (PDT), Jimmy Gonçalves (MDB), Cleusa Maria Manetti (MDB) e representações da vereadora Miriam Ávila (MDB) e do deputado federal Dionilso Marcon (PT), além de pais e mães de estudantes.
Texto: Catiana de Medeiros (MTB 16569)