A mobilidade elétrica já é uma realidade, em maior ou menor forma, no mundo inteiro, sendo de extrema importância para a transição energética. A transição de motores a combustão para todo o tipo de transporte, carros, caminhões, ônibus, motos, já vem acontecendo em diversos países, com locais como a Noruega, prometendo acabar com a venda de motores deste tipo até 2025, passando pelo Reino Unido em 2030 e União Europeia, Japão e Estados Unidos até 2035. A maioria destes, inclusive, planeja a total eletrificação das frotas até, no máximo, 2050.
No Brasil, isso deve levar mais tempo, pois o país ainda se encontra em um degrau anterior na evolução da criação e difusão desta tecnologia, no entanto, montadoras no país já declararam, como a GM em janeiro de 2021, que até 2035 deixará de fabricar carros a combustão no território nacional. Este passo é extremamente importante para o futuro, e é um caminho sem volta, porém necessário, para o avanço do país em direção às diretrizes da UNFCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima).
Desde 2015, verifica-se um aumento de 2234% no número de veículos elétricos circulando pelo país, no entanto, ainda se encontra a dificuldade de existirem poucos postos de carregamento nas estradas. No Rio Grande do Sul vemos a iniciativa da UFSM, em consórcio com a CIBIOGAS, com a instalação de duas estações de recarda rápida para veículos elétricos, uma na universidade e outra em Curitiba. Outro importante exemplo está sendo dado por grandes empresas Brasil afora, substituindo – algumas parcialmente, outras em testes e ainda, algumas em sua totalidade – suas frotas de caminhões por veículos movidos à eletricidade. JBS, Seara e Fruki, além da Marcopolo, com a produção de ônibus elétricos, são apenas alguns exemplos.
Ainda há a preocupação com a redução efetiva da emissão de gases poluentes dos veículos elétricos, considerando que as emissões indiretas, como a produção deles, a mineração pelos materiais utilizados para a produção das baterias, bem como a energia por si só, que é utilizada para carregá-los, emitem poluentes, e não são renováveis, no entanto, em um país como o Brasil, em que 83% da matriz energética é renovável, essa mudança parece ser o próximo passo óbvio.
Os veículos elétricos são energeticamente mais eficientes, exigem menos manutenção, não geram calor ou ruído. Um caminhão a diesel ser substituído por um elétrico equivale a 35 árvores plantadas. Dito isso, temos uma certeza: é só o começo, não é o suficiente, mas é um passo na direção certa.
No dia 11 de abril, às 9h, acontecerá o 1º Seminário sobre Mobilidade Elétrica, na Assembleia Legislativa do RS, resultado dos trabalhos da Frente Parlamentar da Mini e Microgeração Distribuída de Energias Renováveis e de um espaço de Assuntos Gerais da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo, a qual presido, com a Prof. Dra. Luciane Canha, uma das mais importantes especialistas globais no tema da eletromobilidade. É o primeiro passo em direção à transição no Estado.
Zé Nunes
Deputado Estadual
Presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa
Presidente da Frente Parlamentar da Mini e Microgeração Distribuída de Energias Renováveis