O deputado Pepe Vargas (PT) homenageou, no Grande Expediente desta terça-feira (29), o centenário do Partido Comunista do Brasil. Fundada em 25 de março de 1922, a sigla atuou de forma livre, neste período, durante 35 anos apenas, passando a maior parte de sua história na clandestinidade. “Da Velha República até 1985, foram apenas dois anos, um mês e 22 dias de atuação legal. Mesmo sendo alvo da perseguição de regimes autoritários, esteve sempre na linha de frente das lutas populares e democráticas”, lembrou o orador.
Tendo como referência um discurso da vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, Pepe Vargas contou a história do PCdoB, do seu nascimento aos dias atuais, relembrando as lutas por avanços para a classe trabalhadora, embates com forças conservadoras e disposição, em momentos cruciais, para construção da unidade das forças democráticas no Brasil. “O partido nasce a partir da torrente que rompe as amarras que prendiam o Brasil no século XIX e sob a influência da Revolução Russa de 1917”, lembrou.
O parlamentar citou a importância dos comunistas na luta contra o Estado Novo e pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, na campanha pelo petróleo, na fundação de entidades que se constituem como instituições democráticas do país, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), e no chão de fábrica, organizando os trabalhadores para lutar por direitos.
O golpe de 1964, ressaltou, “exigiu uma profunda reflexão sobre tática” de enfrentamento ao regime autoritário e impôs ao partido “um alto preço”, representado pelas perdas no Araguaia (guerrilha). Mesmo assim, o PCdoB foi fundamental na luta pela anistia, pela construção de uma frente para derrotar a ditadura e pelo movimento Diretas Já. Em 1989, a sigla compôs com o PSB e o PT a Frente Brasil Popular, levando Lula ao segundo turno das eleições presidenciais e dando início a um processo que culminou com a eleição do petista em 2002. “O PCdoB lutou contra o golpe de 2016 e foi uma voz potente na tentativa de impedir os retrocessos da agenda neoliberal de Michel Temer”, frisou.
O deputado lembrou ainda a participação de Manuela D´Ávila como vice na chapa de Fernando Haddad em 2018 e do empenho de seus representantes na Câmara Federal para barrar o negacionismo, preservar a vida e garantir vacinas para todos os brasileiros na pandemia.
Aos deputados que, por meio de apartes, criticaram experiências comunistas, Pepe sugeriu que fizessem um balanço do capitalismo, focando no número pessoas que morreram por fome ou em consequência da degradação da natureza. Afirmou também que as forças de esquerda no Brasil nunca suprimiram liberdades e direitos ou apoiaram movimentos ou governos autoritários. “Pelo contrário, sempre estiveram ao lado dos que lutaram pela democracia, mesmo pagando alto preço por isso”, apontou, ressaltando que “não será um modelo predador (capitalismo) que trará esperança para a humanidade”.
Os deputados Luciana Genro (PSOL), Gerson Burmann (PDT), Edegar Pretto (PT) e Aloísio Classmann (PL) se somaram à homenagem por meio de apartes. Já os deputados Fábio Ostermann (NOVO) e Eric Lins (PL) fizeram críticas ao partido homenageado.
O Grande Expediente foi acompanhado nas galerias por representantes de movimentos sociais, estudantes, lideranças políticas e sindicais e por personalidades como a ex-deputada Jussara Cony e os ex-deputados Carrion Júnior, Assis Melo e Juliano Roso, além das vereadoras Bruna Rodrigues e Daiana dos Santos.
Fonte: Agência de Notícias ALRS