Mainardi aponta contradições na renúncia de Eduardo Leite

Foto: Celso Bender

O vice-líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Fernando Mainardi, usou do espaço de liderança nesta terça-feira (29) para comentar a notícia da renúncia de Eduardo Leite, do cargo de Governador. “É a primeira vez que isso acontece, de alguém renunciar para não ser candidato. Renunciou para ficar na expectativa de que algo possa ocorrer no seu partido e assim possa substituir o candidato, que democraticamente lhe ganhou as prévias há alguns meses” afirmou.

Mainardi disse, mesmo declarando que não entraria no mérito das disputas internas do PSDB, ser engraçado “que o governador de São Paulo não aceita golpe, que não vai aceitar nenhum movimento golpista”. Mas a ironia aqui, segundo o parlamentar, é que “o Rio Grande, neste momento, não tem o seu governador eleito que renunciou. Aliás, na nossa interpretação e avaliação, já faz horas que renunciou”.

O parlamentar então enumerou os motivos que levam a bancada do PT a crer que Eduardo Leite já renunciou ao cargo faz tempo. Segundo ele, renunciou quando abriu mão de ter uma política de enfrentamento ao Coronavírus aqui no Estado, responsabilizando os prefeitos e as prefeitas municipais. “Ele renunciou quando o RS enfrentou uma grande estiagem, uma das maiores estiagens, sem que nenhuma política pública tenha sido realizada aqui no Estado. E uma comissão daqui do Estado foi a Brasília e voltou de mãos abanando. Não vimo nenhuma proteção efetiva aqueles que foram atingidos pela pandemia diretamente” lamentou.

Para Mainardi, Eduardo Leite focou “tão somente no dito equilíbrio fiscal e que agora resultou então num superávit, causado por dois grandes movimentos: o primeiro porque aumentaram a arrecadação tributária em função do aumento dos combustíveis que foi exagerado, a inflação que voltou e no ano passado foi mais de 10% e com a receita de capital porque passou efetivamente a receber recursos da venda das estatais”. Além disso, ainda segundo o deputado, ao longo de toda sua gestão, Leite não pagou sequer uma prestação da dívida com o Governo Federal. “Aliviou inclusive o seu último ano aderindo ao Regime de Recuperação Fiscal comprometendo o futuro do Rio Grande do Sul”. E finalizou afirmando que “nos surpreende que com tantos problemas que tem o nosso Estado o governo anuncie quase meio bilhão de reais para ajudar o governo federal. Ai eu não entendo mais”.

Texto: Raquel Wunsch (MTE 12867)