sábado, 23 novembro

No anúncio de renúncia ao cargo de governador do Estado do Rio Grande do Sul, na tarde desta segunda-feira (28), Eduardo Leite só formalizou algo que, na prática, já faz quase um ano que aconteceu, desde que sua prioridade passou a ser a construção da pré-candidatura presidencial, relegando o Estado a um plano B. É o primeiro governador eleito, desde a redemocratização do país, que renuncia sem ser candidato oficial a outro cargo.

Focado nas viagens e roteiros partidários de disputa das prévias tucanas, Eduardo Leite abriu mão, em 2021, do controle da gestão do enfrentamento à pandemia, deixando essa responsabilidade nas costas exclusivamente dos prefeitos. Mesmo com autorização da ALRS para concessão de auxilio emergencial para um conjunto de famílias e setores atingidos pela pandemia, até agora o governo apresentou resultados ínfimos, pois não priorizou o pagamento destes valores.

Mesmo derrotado nas prévias do PSDB, Eduardo Leite seguiu a busca pela candidatura presidencial, cogitando até mesmo trocar de legenda partidária. Enquanto isso, a agricultura gaúcha enfrentou mais uma estiagem sem que o governo do Estado prestasse o devido socorro ao campo para mitigar os prejuízos e as perdas de milhares de famílias. Preocupado em “vender-se” como candidato, centrou sua agenda em anúncios marqueteiros, como o do superávit das finanças, que não parou de pé por muito tempo, como vimos recentemente com a denúncia dos hospitais prestes a se descredenciarem do IPE Saúde, por atraso nos repasses do governo.

Eduardo Leite vendeu o patrimônio dos gaúchos, precarizou serviços, achatou salários de professores e policiais e comprometeu o futuro do RS com a adesão submissa ao Regime de Recuperação Fiscal, sem reduzir nem um valor da dívida com a União. Para completar, às vésperas da renúncia oficial, anunciou que o Estado vai investir R$ 490,2 milhões em obras em rodovias federais no Rio Grande do Sul, que devem ser pagas pela União, em mais uma irresponsabilidade com o dinheiro do povo gaúcho.

Agora, mesmo rejeitado pela maioria do seu Partido, mesmo não encontrando viabilidade para construir sua candidatura presidencial em outras siglas, Eduardo Leite deixa o governo do Estado na perspectiva de golpear a decisão das prévias do PSDB. Ao ato de governar já renunciou faz tempo. Hoje só pediu para sair.

Bancada do PT na ALRS
Executiva Estadual do PT/RS

Compartilhe