Jeferson critica arrocho e conclama servidores a reforçarem mobilização contra desrespeito do governo

Foto: Celso Bender | Agência ALRS

Durante a sessão plenária realizada na tarde desta terça-feira (22/03), o deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) elogiou a mobilização de agentes da Polícia Civil, do IGP, da Susepe e de servidores do Judiciário, que ocuparam as ruas desde o meio dia, em passeatas e caminhadas em direção ao Palácio Piratini em protesto contra o de arrocho, a falta de efetivo, de estrutura e de reajustes. “Minha solidariedade aos homens e mulheres que fazem esta luta no cotidiano. Se não houvesse o impedimento aos PMS de se manifestarem, certamente também estariam nas ruas para dizer chega o a governador”, disse o petista.

Ele considera desrespeitoso o tratamento dado aos servidores “que se doam diuturnamente na polícia, na investigação, no trabalho de perícia e no sistema prisional para proteger a sociedade”. E lamentou que o governador “fique se vangloriando, se jogando como candidato a presidente da República, dizendo que paga em dia, e que vai mandar para esta Casa um projeto de reajuste de apenas 5% para os servidores e servidoras”. “Com uma inflação galopante de 50%, é um deboche com quem trabalha no cotidiano”, criticou.

Jeferson destacou também a mobilização dos servidores do Judiciário, que também estiveram em marcha. Ele lembrou que a categoria atua nas comarcas e, dentro do Poder, é a menos remunerada, sem receber reajustes há 6 anos. “Se considerarmos o preço dos alimentos, dos combustíveis, da energia: tudo subiu. Menos o salário dos trabalhadores”, comparou.

O parlamentar também destacou “a quebra do Ipê”, que está na iminência de perder mais de 40 hospitais e Santas Casas, conforme ameaçaram as entidades em razão de atrasos nos pagamentos, nova tabela de preços, etc. “No governo Sartori foi separado o Ipê Saúde do Ipê Previdência sob o discurso de que iria ter mais eficiência. E a 1ª coisa que fizeram foi retirar a paridade da direção do Ipê, retirando aqueles que são os verdadeiros donos do Instituto: os servidores”.  Contou o deputado. Ele criticou o fato de os servidores terem perdido a instância para manifestarem-se em relação às decisões da entidade, que considera apenas as decisões políticas do governo. “Com mais de 6 anos sem repor os salários dos servidores, que pagam cerca de 3,5% dos rendimentos ao Ipê, é claro que tem uma defasagem em relação ao preço que é pago pelo Instituto às entidades por atendimento médico, hospitalar, medicamentos, etc. O servidor ganhando menos, paga menos”, explicou

O petista também denunciou que o Executivo estadual tomou para si os imóveis do Ipê, que somam mais de R$200 milhões. E que estão sendo vendidos, emprestados, doados, trocados pelo governo sem a deliberação dos servidores, que sequer fazem parte da direção do Ipê. “O servidor foi quem pagou por estes bens. Por vezes, o estado entregou imóveis como forma de pagar a sua parcela em negócios; também atrasou pagamento da parte patronal. E agora estamos na iminência de um colapso, que vai atingir mais de 1 milhão de usuários, a maior carta de clientes de plano de saúde, Estas pessoas se tiverem de voltar ao SUS, será um impacto significativo sobre o sistema”, frisou.

Por fim, Jeferson alertou que o governador Eduardo Leite quer repetir com o Ipê o que já fez com outras empresas: “ provar que não funciona, que está quebrado e então privatizar” E sentenciou: “. Está na hora deste governador receber a pressão que os servidores fizeram no dia de hoje com ainda mais força para perceber que o povo não é bobo e não vai ser enganado”.

Texto: Andréa Farias (MTE 10967)