Lideranças se unem na busca de recursos para prédio próprio para Hospital Escola da UFPel

Foto Ederson Ávila
O futuro do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) foi discutido na tarde desta segunda-feira (14) por lideranças políticas e acadêmicas em audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa. Em formato híbrido, o encontro, que foi requerido pelo deputado Zé Nunes (PT), marca a retomada da mobilização pela busca de recursos para garantir a construção de um prédio próprio para o hospital, que atende, integralmente pelo SUS, cerca de um milhão de pessoas, oriundas de 22 municípios da Região Sul.
Desde 1987, o hospital desempenha suas atividades de internação hospitalar em área locada da Santa Casa. Já os atendimentos ambulatoriais são realizados em prédios da universidade, e as atividades administrativas desenvolvidas em imóvel alugado. Ao todo, o hospital ocupa oito espaços diferentes para o atendimento à população, situação que,  além de gerar  transtorno para o usuário e trabalhadores, produz custos adicionais. Por mês, a instituição gasta R$ 328 mil com pagamento de aluguéis, manutenção e deslocamentos entre prédios distantes.
Presidente da Frente Parlamentar pela Conclusão do Hospital Escola da UFPel, Zé Nunes fez uma retrospectiva da mobilização em torno da obra e alertou que, no atual estágio, o projeto poderá patinar em função de cortes de recursos no orçamento da União, especialmente, na área da educação, que encolheu cerca de 40% nos últimos dez anos. Para avançar e sensibilizar as autoridades, ele defendeu a “adoção de uma atitude de região” em torno da pauta, como já ocorreu em outras ocasiões. “Não é uma luta de partido. Todos são bem-vindos. É uma luta de região sobre a qual devemos construir consensos”, ressaltou.
Entre as propostas de encaminhamentos apresentadas pelo petista ao final do encontro, estão realização de uma reunião entre os parlamentares da Região Sul com os prefeitos e secretários de saúde para a “formação de um bloco político coeso em defesa da obra”, a realização de audiências junto aos ministérios da Educação e da Saúde e um encontro com a bancada federal gaúcha para tratar do tema.
O senador Lasier Martins (Podemos/RS) se colocou à disposição para colaborar com o processo, começando por agendar as reuniões com os ministros em Brasília.  Ele sugeriu ainda que as lideranças do movimento busquem recursos da bancada federal gaúcha e de emendas parlamentares individuais para garantir o início da construção. Ele revelou que, no ano, passado a bancada disponibilizou R$ 216 milhões em emendas e que deverá repetir cifra semelhante neste ano.
Projeto
Durante a audiência, a superintendente do Hospital Escola da UFPel, Carolina Ziebell, apresentou o novo projeto da instituição, que deverá ter a área própria ampliada para 30 mil metros quadrados.  A nova estrutura terá 250 leitos, seis  salas cirúrgicas, 20 leitos de UTI adulto, dez leitos de UTI pediátrica e 20 leitos de UTI neonatal e semi-intensiva, além de espaços de ensino, centro de simulação, auditórios, farmácia escola, centro de reabilitação, ressonância magnética e anatomia patológica.
Orçado em R$ 150 milhões, o projeto deverá ser licitado no segundo semestre deste ano. A previsão é de que as obras iniciem no primeiro semestre de 2023 e sejam concluídas em três anos.
Ao defender a necessidade obra, o ex-reitor da UFPel Pedro Hallal afirmou que o hospital é o único dos 41 administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) que não tem sede própria e o primeiro a atingir o equilíbrio financeiro. Além disso, é o melhor avaliado pelos usuários. Pesquisa de satisfação revela que 83% consideram o atendimento ótimo.
A atual reitora, Isabela Andrade, reforçou a importância da iniciativa para toda a Região Sul a necessidade de “somar esforços para tirar o projeto do papel”.
Também participaram da audiência pública os deputados Fernando Marroni (PT), Pedro Pereira (PSDB) e Faisal Karan (PSDB), além dos deputados federais Henrique Fontana (PT/RS) e Daniel Trzeciak (PSDB/RS) e o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana.
Texto: Marcela Santos (MTE 11679)