O deputado Edegar Pretto, do PT, alertou que o RS pode perder até 8% do PIB se os governos Bolsonaro e Leite não socorrem o campo contra a estiagem. A projeção de perdas foi apresentada pela Farsul, na manhã desta terça, 8, no início das atividades da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. O evento é considerado uma das maiores feiras do mundo, especialmente ligado à tecnologia do setor agrícola. De acordo com o parlamentar, a abertura da feira somava uma mistura de sentimentos. De alegria pela retomada de eventos presenciais depois de dois anos de pandemia, mas, também, o sentimento de frustração, de perda com a questão da estiagem.
Segundo Pretto, o prognóstico é de que estamos vivendo uma das piores secas dos últimos 70 anos. São mais de 400 municípios em situação de emergência. São mais de 20 mil famílias que ainda não têm água potável em casa para as pessoas e os animais, mesmo com as chuvas em algumas regiões. “Neste momento não tem outro caminho, a não ser o poder público intervir pesadamente com investimento, levando em conta que é este setor o grande responsável pela economia do nosso estado e da União. Não vai ter retomada deste setor se os governos federal e estadual não possibilitarem que estes agricultores atravessem este momento difícil, preparem a próxima safra e quem sabe, daqui a dois ou três anos poderemos estar em uma outra condição”, defendeu Edegar.
O petista relatou que esteve na Expodireto com a expectativa que lá, no palco do setor agrícola, o governo federal estaria presente e trouxesse algum anúncio que desse alento a essas famílias que esperam respostas sobre a questão da dívida – muitos agricultores não poderão pagar as dívidas se não houver uma negociação. “Tem que ter anistia pelo menos deste ano e do ano que vem, que são os anos críticos; tem que ter crédito emergencial com juro zero, com um ano de carência e com dois anos de prazo”, defendeu. “É claro que o grande orçamento está na União, mas o governo do Estado, convenhamos, tem ficado nas manchetes e nas boas intenções, mas na prática, de concreto, bem pouco até aqui”, criticou. “É óbvio que a gente saúda o Avançar Agrícola, a perfuração de poços, mas são medidas para nos prepararmos para uma próxima estiagem, porque agora não adianta fazer açudes e perfurar poços que não vai ter água”, lembrou Edegar que, nos próximos 30 dias, fará parte da comissão externa da ALRS que vai avaliar os efeitos da estiagem no RS e propor alternativas.
Texto: Eliane Silveira (MTE 7193)