sábado, 23 novembro
Foto Joaquim Moura
Estes últimos dois anos foram de muitas dificuldades. Vimos uma pandemia tratada com descaso pelo governo federal matar mais de 600 mil brasileiros, vimos a volta da fome de forma dramática, um desemprego recorde e um subemprego também inédito. O Rio Grande do Sul não se diferencia disso, as políticas adotadas no governo federal são as mesmas praticadas por Eduardo Leite. Apesar da diferença de estilos, aqui não há diferença de conteúdo. No entanto, como presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da ALRS, combati com atitude e proposição os descasos do governador.
Na economia e no setor público, 2021 será um ano para ser lamentado. O Banrisul, por exemplo, perdeu mais da metade de seu valor de mercado pela gestão desastrosa de Leite no banco. De R$ 11 bilhões, passou a apenas R$ bilhões numa das mais clamorosas desordens financeiras da história do Estado. Isso em um ano que todos os bancos tiveram lucros exorbitantes e crescimento patrimonial. Mas não. Leite agiu para o fechamento de agências, redução da atividade, o que combatemos com audiências públicas sobre o plebiscito, sobre a subsidiária Banrisul Cartões, sabatina com o presidente do banco e até mesmo encontros com o Procurador-Geral do Ministério Público de Contas.
O governador vendeu a CEEE por preço de carro usado e aprovou na Assembleia Legislativa a venda da Corsan. De tão atabalhoada foi a operação, Leite não combinou as prefeituras e agora nossa estatal sangra em praça pública sem qualquer solução à vista.
Não pense que toda esta devastação no patrimônio público teve como contrapartida um aumento nas políticas sociais. É exatamente o contrário. Nada menos que 1,8 mil turmas desapareceram do sistema educacional do estado. Trata-se da maior redução da história do Rio Grande. Vemos a mesma coisa na assistência social, na saúde, na habitação e no campo, onde lutamos pelo Auxílio Emergencial Gaúcho, linhas de crédito para agricultura, e incentivos a agroindústria, importantíssimo para o PIB gaúcho. Sequer os funcionários tiveram a mera recomposição da inflação e ganham hoje a metade do que ganhavam em 2014, até mesmo o Salário-Mínimo Regional, tema tratado por mais de uma vez na Comissão, passamos os últimos dois anos lutando, para o governo aceitar um reajuste de 5,53%. O pouco dinheiro que havia foi investido no chamado asfaltão, pacote oferecido pelo governo a os deputados que votassem com ele. Alguma semelhança com o governo Bolsonaro e o Centrão? Pois não é mera coincidência.
Precisamos falar sobre o Estado, porque em silêncio e longe dos olhos do público, nosso Estado definha. Consome nosso presente, e devora nosso futuro. Nós lutamos desde o início e lutaremos até o fim. Com a Comissão de Economia, como é chamada, presidi 23 audiências públicas durante este ano, atingindo mais de 50 mil participantes, com a presença de deputados aliados e oposicionistas ao governo. A nossa luta é de oposição. Quando se luta contra o executivo, a batalha é mais árdua, mas isso é somente o início do projeto de desenvolvimento e crescimento do Estado que temos para o futuro.
Zé Nunes
Deputado Estadual 
Presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da ALRS
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