terça-feira, 26 novembro
Foto Vinicius Reis/ALRS

Em pleno período de recesso e feriado, entre as festas de Natal e Ano Novo, foi publicada a Nova Base Curricular para o Ensino Médio, público e privado do RS, pela Secretária Estadual da Educação em portaria nesta quinta-feira, 30.

Para a deputada estadual Sofia Cavedon, que realizou duas audiências públicas e uma reunião na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa tratando do tema, “o governo revela sua visão de Educação para a Juventude agora na grade curricular do Ensino Médio: a fragilização da formação geral integral e o direcionamento precoce para a escolha profissional, a troca da formação em disciplinas clássicas por conteúdos em que não há profissionais capacitados”, disse.

Conforme Sofia,os tais Itinerários Formativos tomam seis períodos, 12 e 18, no primeiro, segundo e terceiro ano, respectivamente, e poderão ser dados pela iniciativa privada. Das mil (1000) horas anuais, o primeiro ano do EM duzentas (200) serão para os itinerários, no segundo quatrocentas (400) e no terceiro seiscentas (600), imaginem!Os períodos da formação geral dos e das jovens é que somem, em especial no terceiro ano, quando não terão Química, Física, Biologia, Sociologia e Literatura. A perda da Educação Física, da Filosofia do Espanhol e das Artes é tão profunda que nos três anos, apenas um período semanal num dos anos, as e os estudantes terão acesso”, denuncia a deputada.

Sofia destaca ainda que a secretária estadual da Educação “não ouviu o que problematizamos na Comissão de Educação onde esteve duas vezes apenas no ano todo, e nem escutaram as suas assessoras que acompanharam a audiência pública que propus e realizei, onde professores e direções, alunos e mães posicionaram-se contestando e fazendo propostas alternativas como os Itinerários terem seis períodos nos três anos. Propostas essas, vindas das experiências das Escolas Piloto do Novo Ensino Médio, que mostraram a fragilização da nova formação. O único compromisso assumido pela Seduc, diante desse diagnóstico, é que o primeiro ano seria todo de formação integral e nem isso cumpre”, ressaltou a parlamentar.

Segundo a deputada, o Conselho Estadual de Educação emitiu parecer sobre as diretrizes curriculares, “no entanto, a base curricular até então era desconhecida. Representantes daquele colegiado estiveram em vários momentos conosco, cientes então das críticas e sugestões, tanto que conseguimos preservar o Curso Normal–Médio que forma professores. Parece proposital e é, no mínimo, desrespeitoso que o governo publique a nova base no início das férias escolares. Como as direções e professores vão se organizar para o início das aulas em Fevereiro? Como fica a necessidade de um suporte extra para tantos estudantes que abandonaram os estudos ou não tiveram acesso integral ao Ensino Remoto e Híbrido? Uma nova mudança curricular após recente retorno às aulas presenciais e sem as condições físicas e de recursos humanos estabelecidas, só pode resultar em prejuízos aos e às estudantes”, reforça Sofia.

Texto: Marta Resing (MTE 5405)
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