sábado, 23 novembro

Foto: Marta Resing

O PL 478/202, do reajuste do magistério gaúcho, foi aprovado na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (22) sem os votos das bancadas do PT, PDT e PSol que negaram-se a validar os mecanismos que reduzem gradativamente os ganhos salariais, tanto os obtidos no passado (aposentadoria) quanto do futuro, bem como a exclusão dos funcionários de escolas. A declaração é da deputada estadual Sofia Cavedon (PT), que defendeu a emenda do PT ao PL para que toda a categoria, sem discriminação, recebesse os 32% . “Foi heroica a resistência da categoria que mesmo com as trabalhadoras e trabalhadores da Educação sem salário, sem respeito, sem dignidade e com desafios cada vez mais complexos, de forma valente lutou de maneira aguerrida na rua, na praça e ao mesmo tempo fazendo um ótimo trabalho na sala de aula” destacou a deputada na tribuna.

Em sua manifestação, Sofia falou das dificuldades enfrentadas pela categoria na pandemia, com escolas abandonadas, a violência do governo com seus projetos de desmonte da educação, com a insegurança, a morte, a falta de saúde e saneamento não teríamos para os nossos jovens e crianças qualquer expectativa e esperança. Meu aplauso aos e às trabalhadoras/es da educação”. A deputada ressaltou ainda que é em cima dessa categoria que o governo fracassa, arrocha, poupa sacando do próprio salário o reajuste. “O governo Leite é irresponsável com a autonomia financeira, com a segurança econômica para pagar as suas contas, para pagar o aluguel, medicação, supermercado e o wi-fi para poder trabalhar, pois nem isso o governo garante aos profissionais da educação”.

Sofia ressaltou que a grande maioria da categoria está endividada porque o governo mantém o arrocho salarial de sete anos com mais de 50% de perdas no valor de compra dos salários. “Mas mais que isso, tirou a esperança de futuro acabando com a carreira e mais ainda, pegou a carreira, os avanços dos triênios e congelou tirando do salário. Condenou a extinção as parcelas e mais que isso, tirou baixou a gratificação de difícil acesso e nem sequer pagar o ônibus é possível; congelou todas as gratificações que agora não são mais percentuais, descontou um a um dos dias da greve heroica contra esse massacre, aplicou falta tirou dinheiro do bolso e os colocou na dívida e no banco pedindo empréstimo para sobreviver e trabalhar.”

A deputada enfatizou, emocionada, que viveu a situação todos esses anos ao lado da categoria, indignada com a violência do governo Leite que discursa fácil na mídia falando que vai fazer o avançar na educação. Ora avançar pisoteando os trabalhadores é retrocesso, não é avanço, é crime”, afirmou Sofia.

A deputada lembrou ainda que os recursos existem, pois foi do bolso dos trabalhadores aposentados da educação que está sendo retirado os recursos. R$ 380 milhões com a ampliação das alíquotas a partir de dois mil reais. “Então tem dinheiro novo, dinheiro da educação, pois Leite não deposita mais os recursos da aposentadoria no IPE Prev. São mais de R$ 700 milhões que ele bota no orçamento geral, então tem dinheiro para pagar o reajuste para todos, sem discriminação e sem corromper a história e a luta, pisoteando no dinheiro conquistado com trabalho e com estudo como essa parcela da irredutibilidade que ele vai engolir nos próximos reajsutes. Para fazer justiça, a bancada do PT apresentou uma emenda que corrigia e garantia o reajuste para todos e todas na busca de impedir que o salário das servidoras seja usado para mentir que dá reajuste. Leite mente para a sociedade porque o seu projeto é acabar com a educação pública para que ninguém tenha cidadania e esperança.
Texto: Marta Resing – MTB 5405
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