quinta-feira, 21 novembro
Foto Joaquim Moura

Existem duas formas de um governador vender um Estado, seja para o capital interno ou para empresas estrangeiras. Uma delas é através da venda da produção, da capacidade produtiva, dos produtos, articulando negócios e a vinda de investidores para o Rio Grande, ou seja, promovendo o Estado perante os olhos de investidores do mundo inteiro. A outra forma de venda é a do patrimônio dos gaúchos, das empresas públicas que prestam serviços básicos para a população, como a CEEE-D (já privatizada), CEEE-G, a CORSAN, a Sulgás, EGR, Banrisul, entre outras.

O primeiro tipo de venda traz desenvolvimento econômico, capacidade produtiva, geração de emprego e renda, circulação financeira e, a longo prazo, crescimento, estabilidade e autossuficiência econômica. O segundo tipo desestrutura a máquina pública, reduz direitos da população gaúcha e acaba com a possibilidade de o setor público dinamizar a economia do Estado internamente.

O principal objetivo do governador em sua viagem foi noticiado em jornais de grande circulação no dia 4 de outubro, destacando a agenda de privatização do RS em Madri, onde Leite prometeu o leilão da CORSAN para janeiro de 2022 e começou tratativas a respeito da CEEE-G. Que tipo de governador faz este saldão do Estado gaúcho, oferecendo por centavos o patrimônio que deveria ser de todos nós?

Durante quase três anos do seu mandato não foi capaz de promover o RS, nem de atrair novos investimentos e muito menos, pensar fora da caixa para dinamizar a economia. Agora, menos de seis meses antes do fim do seu mandato – pois afinal, se será candidato a algum cargo eletivo, deve renunciar até o dia 2 de abril de 2022 – resolve sair viajando pelo mundo, oferecendo o patrimônio alheio. Isso é uma liquidação do Estado, é como se um gerente de uma loja, que está para ser demitido, antes de receber a notícia começa a vender todos os balcões de atendimento da unidade por centavos para quem estiver passando.

Não foi isso que Eduardo Leite vendeu para seus eleitores sobre sua pessoa. Se elegeu como jovem, criativo, moderno, diferente dos competidores e antecessores. O que foi entregue, por outro lado, foi mais do mesmo, um crime contra o Estado, contra a economia, uma fraude para com a vontade dos eleitores que o colocaram naquela cadeira. A ilusão terminou. O Rio Grande é nosso.

Zé Nunes, Deputado Estadual e Presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa

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