Para Zé Nunes, relatório da Cadeia do Leite comprova que governador abandonou os pequenos produtores

Para Zé Nunes, relatório da Cadeia do Leite comprova que governador abandonou os pequenos produtores

Apesar de ser o terceiro maior produtor de leite do país, o RS vem perdendo a produção leiteira em vários municípios. O Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite 2021, da Emater, apresentou redução do número de produtores de leite vinculados à indústria de 52,28%, saindo de 84.199, em 2015, para 40.182, em 2021.

O relatório mostra maior redução do número de produtores ligados à agricultura familiar, que produzem volume diário de até 150 litros. De acordo com o coordenador do Grupo de TRabalho do Leite da Assembleia, deputado Zé Nunes (PT), os pequenos produtores têm se movimentado entre pagar para produzir e empatar, não sendo possível reinvestir na terra, nem tampouco em equipamentos. “Muitas vezes é necessário até vender parte do rebanho para manter as operações. Por outro lado, aumentou o número dos produtores de 200 a 2500 litros/dia. Isso demonstra uma mudança de perfil, concentrando a produção na mão de poucos, que possuem capital, e não dependem de políticas públicas. Estes dados também comprovam que o governador abandonou os pequenos produtores”, analisa.

Para o parlamentar, que é agricultor e engenheiro agrônomo, a solução está numa atitude protagonista do governador. “A falta de um projeto de desenvolvimento econômico, que leve em conta os arranjos produtivos locais para causar ganhos de escala e produtividade, sem uma política específica para essa cadeira de produção que movimenta quase R$ 8 bilhões ao ano em 90% dos municípios, fez com que chegássemos à situação em que nos encontramos”, lamenta.

Zé Nunes lembra que o Estado já teve estratégias de incentivo e defesa da produção e da geração de postos de trabalho na agricultura familiar. “Porém, hoje não há uma política clara para a cadeia leiteira gaúcha, nada relativo a fomento, por exemplo. É necessário exigir de Eduardo Leite comprometimento e um planejamento para o setor’, critica.

Texto: Marcela Santos (MTE 11679)