Comissão de Economia vai encaminhar documento em apoio ao marco legal da geração, distribuída aos senadores

Comissão de Economia vai encaminhar documento em apoio ao marco legal da geração, distribuída aos senadores

A Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa vai encaminhar ao Senado, documento de apoio à aprovação do Projeto de Lei 5829/2019, recentemente aprovado na Câmara dos Deputados, que trata do marco legal da geração distribuída, e agora vai à votação no Senado. A disposição foi tomada durante a audiência pública que debateu, na manhã desta quarta-feira (25), o papel das cooperativas na geração de energia renovável.

O deputado Zé Nunes (PT), presidente do colegiado, explicou que vai contatar o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza (MDB), para que o documento tenha o aval do Parlamento gaúcho. Para Zé Nunes, a aprovação da norma na Câmara é um alento para quem já investiu em geração distribuída, e uma perspectiva de futuro, à medida que esclarece e dá segurança para quem quiser investir daqui para frente.

O PL 5829 institui o Marco Legal da Microgeração e Minigeração Distribuída, o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) e o Programa de Energia Renovável Social (PERS). A proposição que estabelece uma transição para a cobrança de encargos e tarifas de uso dos sistemas de distribuição por parte dos micro e minigeradores de energia elétrica.

Zé Nunes também anunciou outros encaminhamentos gerados durante o debate. Entre eles a revisão do Decreto Estadual 52964, que trata da isenção de impostos sobre o segmento; a elaboração de cartilha com informações sobre a geração distribuída de energia para compartilhar com as cooperativas e consumidores, e a procura pela parceria da Comissão de Agricultura na aprovação do Projeto de Lei 271/2015, de sua autoria, que institui a Política Estadual de Incentivo à Microgeração e  Minigeração Distribuída de Energia Elétrica, a partir de fonte solar fotovoltaica, eólica e biomassa.

Em sua manifestação, ele defendeu que o país e o Rio Grande do Sul tenham legislação e programas de diversificação da matriz energética que ampliem a possibilidade de geração a partir de fontes limpas, e que a sociedade invista no setor. Ele também criticou a carência de projetos públicos estratégicos de desenvolvimento sustentável no RS. “É fundamental um programa nacional de diversificação de sua matriz, que amplie a possibilidade de geração de energia solar, eólica, mini e microgeração. Temos trabalhado muito para a aprovação desta legislação, que dará segurança à produção distribuída de energia a partir de fontes renováveis”, declarou.

A diretora do Instituto Ideal e representante da Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar, Kathlen Schneider, discorreu sobre o cenário das cooperativas no país e sobre o potencial de geração distribuída de energia renovável no Brasil. Ela destacou a potencial associação do setor com a agricultura.

O diretor do Instituto Ideal, Mauro Ramos, incentivou a participação das cooperativas no processo de geração de energia solar. “Energia solar tem tudo a ver com cooperativismo, pela sua característica associativa e competitividade.”

Mauro Rosa, do Instituto IDEAAS, defendeu que o agricultor se torne também um produtor de energia.

O professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e representante da RS Solar, Tiago Severo, solicitou o empenho dos deputados para que o governo do estado incentive o setor, que ainda encontra dificuldades, especialmente na importação de insumos.

A coordenadora no RS da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Mara Schwegber, afirmou que o segmento obteve grande avanço nos últimos anos, especialmente na redução de custos e na integração e aplicação com a agricultura. Ele disse que o RS é o terceiro estado em potência instalada no país, gerando 23 mil empregos, com R$ 4 bilhões em investimentos.

Frederico Boschin, da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), defendeu a revisão do Decreto Estadual 52964, que não inclui as cooperativas nos segmentos com isenção de ICMS.

Também se manifestaram os deputados Jeferson Fernandes (PT) e Adolfo Brito (PP); a representante do Departamento de Energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Tuanny Freitas; a representante do Banrisul, Viviane Costa; pela Agapan, Paulo Roberto Meneses; pela Frente Parlamentar da Micro e Minigeração de Energia da Assembleia Legislativa, Zelmute Marten; Carlos Reissen Junior, pela Embrapa Clima Temperado, e José Zordan, pela Federação das Cooperativas de Energia do RS.

Texto: Marcela Santos (MTE 11679)