PANDEMIA, CLIMA E SUSTENTABILIDADE

Raquel Wunsch

0 Comment

Artigo
Vanessa Vargas

A humanidade não havia vivenciado até então, concomitantemente, algo semelhante à pandemia da covid-19 e a brutal aceleração de desastres climáticos.

As sequelas deixadas por ambas são avassaladoras, testemunhamos um exponencial número de vidas que foram contaminadas fatalmente, além das sequelas que deixaram e, a ocorrência de uma coincidência destrutiva de fenômenos meteorológicos (des)naturais em distintos pontos do planeta, colocando as questões climáticas no centro da problemática mundial.

Não obstante essas tragédias, de enormes proporções, alguns elos reativos em comum têm ajudado a humanidade a enfrentar e amenizar tamanhos contratempos.

De um lado, a velocidade do desenvolvimento das vacinas para o enfrentamento da pandemia deixou evidente que, quando se domina a ciência, se detêm tecnologias apropriadas e se é capaz de transformar isto em inovação e valor para a sociedade, estaremos mais aptos ao enfrentamento de obstáculos e situações adversas. De outro modo, há décadas, a comunidade científica vem premonitorizando, quase ad nauseam, que o aquecimento global levaria a acontecimentos de efeitos atmosféricos cada vez mais frequentes e de maior intensidade na Terra, como ocorreram recentemente: inundações, incêndios, temperaturas extremadas, infraestruturas destroçadas e um desproporcional ataque a fauna, flora e vidas humanas.

Existe uma agigantada dependência relacional entre mudanças e transformações com as possibilidades necessárias de construirmos um mundo mais humano, colaborativo e sustentável. E aquelas, quando desalinhadas destas, são capazes de desencadear conflitos incontroláveis, muito superiores aos efeitos positivos que pretensamente buscariam trazer.

Vivemos a originalidade de uma época em que a atividade humana pode ser também uma força geofísica de alterações dos ciclos do planeta. Daí decorre a fundamental necessidade de conformidade entre os ecossistemas de inovação e sustentabilidade.

A persistir essa dissintonia, precipita-se a decomposição do já frágil tecido social e econômico de nossas sociedades, e de muito pouco valerão os enormes avanços e transformações que ocorrem na humanidade.

Os sinais de alerta já foram dados!

ADÃO VILLAVERDE, Engenheiro e professor de Gestão do Conhecimento e da Inovação

Tags: