A Comissão Especial sobre a Crise Financeira do Estado e a Reforma Tributária Necessária recebeu, nesta sexta-feira (18), mais dois ex-governadores. Yeda Crusius e Pedro Simon apresentaram as medidas que adotaram nas suas gestões para amenizar as dificuldades impostas pelas limitações orçamentárias. O ponto de maior convergência dos dois foi na defesa de uma reforma que atualize o Pacto Federativo e a Lei Kandir. Yeda e Simon também falaram sobre a dívida do Estado com a União e como a guerra fiscal é nociva para a economia do país.
“O passo para resolver a crise fiscal do Estado é começar revendo o pacto federativo”, disse Yeda Crusius. O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), presidente da Comissão, endossou o argumento e lamentou que por anos os estados, e o Rio Grande do Sul em especial, estejam à espera dessas reformas. “Todos nós clamamos pela reforma tributária e por um novo pacto federativo e eles nunca vem, assim não temos como escapar do déficit previdenciário, por exemplo”, disse Mainardi.
O segundo a falar na Comissão foi o ex-governador Pedro Simon que fez um resgate histórico entre governos estaduais e federais. Simon falou da sua trajetória como ex-senador, ex-ministro e ex-governador e dos desafios enfrentados na gestão estadual. Simon criticou veementemente a Lei Kandir e o acordo feito com o Estado e União para recuperação de valores perdidos no passado. “A Lei Kandir foi para o estado uma violência sem precedentes” enfatizou.
Simon ainda lamentou que os estados e municípios tenham que viver dependendo da boa vontade do governo federal e de políticas que permitam o desenvolvimento na região. Outra tese levantada pelo ex-governador é o encontro de contas entre governo do Rio Grande do Sul e governo federal. Simon elogiou a criação da Comissão e a união de vários deputados de diferentes partidos na busca por soluções para a crise financeira do Rio Grande do Sul. “Eu vou dormir tranquilo falando para uma comissão tão importante” finalizou.
Texto: Elis Regina Cartaxo (MTB 18557)