Dados do IBGE demonstram que o PIB do Brasil em 2020 caiu 4,1%, sendo a pior queda em 24 anos. Esta catástrofe é fruto da pandemia, mas também do modelo de gestão de economia e de desenvolvimento adotado pelo governo federal. O Rio Grande do Sul, por sua vez, foi o Estado que mais encolheu, 4,7% em 2020 sobre 2019. Uma queda muito maior que Santa Catarina e Paraná, por exemplo, o que precisa ser observado.
Neste contexto que assumimos a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa, com o grande desafio de discutir elementos para um projeto de desenvolvimento para RS, que traga luz à definição de uma linha de atuação, que aponte para o reforço de sua atividade econômica e repense sua atividade industrial, num projeto que possa ser perseguido pelo Estado. A superação das dificuldades do RS está na capacidade e estímulo ao trabalho e produção de seu povo!
Hoje mais do que nunca será fundamental nossa capacidade de tratar os temas que dão vida ao nosso Estado. Assumir uma comissão tão importante, especialmente no momento em que vivemos uma grande crise sanitária, além da histórica crise financeira no RS, é bastante responsabilidade, e esperamos dar nossa contribuição.
O RS imita o Brasil e anda sem rumo, pois não há um projeto de desenvolvimento que possa dar esperança ao nosso povo. E Parlamento gaúcho pode dar uma grande contribuição, propondo ações sintonizadas com as preocupações da população e dos setores socioeconômicos capazes de dar respostas para sair da crise crescendo.
A alternativa real para a superação financeira do governo gaúcho passa pelo incremento da atividade produtiva e econômica, e é necessário pensar de forma conjunta um projeto de desenvolvimento que apoie os setores produtivos tradicionais gaúchos, setor industrial, cadeias agropecuárias e a agricultura familiar. O setor do leite é um dos que mais gera postos de trabalho e distribui renda de forma descentralizada e está enraizado aqui, não vai embora. Ou o apoio à transição energética, que deve ter como base fontes renováveis, estratégicas para os próximos anos. Alguns exemplos de um leque de possibilidades.
Portanto, além de garantir renda emergencial para quem precisa, é preciso ter ações de combate à crise social com políticas que acelerem a abertura de vagas no mercado de trabalho. Pode-se avançar na recomposição do salário mínimo regional, que gera um círculo virtuoso na economia. Pode-se avançar também no fortalecimento dos arranjos locais e regionais de produção.
Com essa disposição ao diálogo e com o compromisso com este Estado, assumo a presidência da Comissão pelos próximos dois anos, com a disposição de fazer com que este espaço contribua para pensar de forma urgente o desenvolvimento do Estado. Defendo um diálogo construtivo com os setores e forças políticas. O RS precisa ter um projeto de desenvolvimento que contemple as dimensões econômicas, sociais e ambientais.
Zé Nunes, agrônomo, deputado estadual (PT)
Presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da AL RS