segunda-feira, 25 novembro
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O deputado estadual Zé Nunes protocolou na Assembleia, Projeto de Lei nº 283/20, que declara como integrante do patrimônio cultural do Rio Grande do Sul o processo artesanal de produção e uso gastronômico do peito de ganso defumado, que integra as práticas alimentares e a tradição culinária típica da etnia pomerana.

Segundo o parlamentar, a iguaria faz parte da história, da cultura e do acervo dos saberes populares culinários que têm origem nas comunidades rurais onde vivem os descendentes de imigrantes pomeranos, no município de São Lourenço do Sul e região, no Sul do Estado. “É bastante comum em reuniões familiares e celebrações comunitárias, constituindo parte da identidade e caracterizando-se como patrimônio cultural imaterial”, disse.

Em todos os grupos étnicos e culturas, o alimento está entre as manifestações culturais que aproxima e une os seus integrantes. “É nesse sentido, que se coloca processo artesanal de produção e uso gastronômico do peito de ganso defumado, que integra as práticas alimentares e a tradição culinária típica da etnia pomerana e que apresentamos para ser incluído no rol dos saberes e da cultura, presentes em nosso Estado”, explicou.

São Lourenço do Sul está localizado às margens da Lagoa dos Patos, distante 50 km de Pelotas, e tem origem no processo de colonização quando a região recebeu, a partir de 1858, imigrantes vindos da Alemanha e da Pomerânia e ocupando a Serra dos Tapes. A região desenvolveu-se com base na agricultura, com forte presença dos pomeranos e caracterizada pela diversificação agrícola, onde parte do que era produzido nas propriedades era destinada à subsistência das famílias.

Segundo relatos historiográficos, a criação de gansos já existia entre os pomeranos na Europa, assim, foi trazida e incorporada por muitos deles. Há relatos também que o peito de ganso defumado era comercializado a partir de São Lourenço do Sul para cidades como Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande para consumidores que apreciavam a iguaria. Atualmente, quem visita a região pode encontrar em festas típicas, em feiras locais ou diretamente com famílias produtoras.

“Nossa proposta pretende preservar as múltiplas culturas que compõem nosso Estado, e que se manifestam de muitas formas, entre elas a alimentação, como é o caso do peito de ganso. Trata-se de uma afirmação cultural, mas também de resgate e socialização”, finalizou.

Texto: Marcela Santos (MTE 11679)

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