sábado, 23 novembro

O encontro também reforçou a compra de vacinas e o auxílio emergencial como prioridades

O Partido dos Trabalhadores do RS reuniu, na noite desta quarta, 24, prefeitos, vices e vereadores para debater medidas de combate à Covid-19, diante do agravamento da crise sanitária. A suspensão da cogestão, a compra urgente de vacinas pelo Estado e o retorno do auxílio emergencial são as principais medidas apontadas no encontro.

Coordenada pelo Secretário de Assuntos Institucionais do PT/RS, Cícero Balestro, a reunião contou com a participação do deputado federal e presidente do Partido, Paulo Pimenta, da deputada federal Maria do Rosário, dos deputados estaduais Pepe Vargas, Valdeci Oliveira e Edegar Pretto, da coordenadora da Setorial Nacional de Saúde do PT, Eliane Cruz, e da coordenação da Setorial de Saúde do PT/RS, Rosangela Dornelles e Estevão Finger. Minutas de moções em defesa da compra de vacinas, do auxílio emergencial e do fim da cogestão foram distribuídas para apresentação nas Câmaras Municipais.

Líder da Bancada do PT na ALRS, o deputado Pepe Vargas, que é médico, defendeu a suspensão imediata da cogestão. Ele relatou que a bancada reuniu, na segunda-feira, com o Ministério Público e entregou um documento com um conjunto de medidas urgentes para conter o contágio do coronavírus no RS. “Já encaminhamos essas propostas ao governador e estamos aguardando uma audiência com ele para defender a importância das alterações que estamos propondo na política estadual de combate à Covid-19”, afirmou. Para Pepe, “a cogestão é a ante-sala do lockdown pelo colapso total do sistema de saúde”.

O deputado Valdeci Oliveira reforçou a urgência do retorno do auxílio emergencial. “Temos um agravamento da crise econômica e as pessoas estão passando fome”, lembrou. Valdeci destacou que apresentou projeto de lei para criar a Renda Básica Estadual emergencial e pediu apoio dos vereadores e vereadoras na defesa do projeto. Já o deputado Edegar Pretto apontou que, para além das medidas que devemos cobrar dos governos federal e estadual, precisamos montar comitês solidários nas nossas cidades para socorrer essas pessoas que estão passando fome. “O governador do Estado está fazendo corpo mole com o tema da cogestão e com a compra das vacinas”.

O prefeito Ary Vanazzi destacou a importância do movimento da Bancada Estadual, que garantiu recursos para compra das vacinas. “O governo age com tanta timidez que chega a ser vergonhoso”, comentou. Vanazzi defendeu o fim da cogestão e a centralização das decisões no governo do Estado. “É o governo do Estado que tem os recursos, o poder de polícia e o controle da regulação e ocupação dos leitos”, lembrou.

No front da saúde
A Coordenadora da Setorial Nacional de Saúde do PT destacou a importância da mobilização dos movimentos de saúde, que resultaram em importantes vitórias nesta semana, como a retirada da emenda para compra de vacinas pela iniciativa privada, a liberação, pelo Senado, para compra de vacinas que já estejam aprovadas pelas agências reguladoras de outros países, sem a necessidade de passar por todas fases de teste no Brasil. Reforçou a mobilização para barrar o fim dos pisos da Saúde e da Educação no Orçamento e pela aprovação de moções nas Câmaras Municipais em defesa da vacina e do auxílio emergencial.

Integrantes da coordenação da Setorial de Saúde do PT/RS, Rosangela Dornelles, médica, e Estevão Finger, enfermeiro, apontaram a necessidade de medidas mais drásticas. Ambos relataram que o sistema de saúde já está colapsado. “Já não temos mais onde colocar as pessoas, a procura por leitos de UTI ultrapassa a 100 pedidos por dia. Parece que o governador é consultor dos prefeitos e não gestor do Estado, pois apresenta um mapa de análise de riscos, mas deixa a gestão por conta dos prefeitos”. “Em Porto Alegre estamos sofrendo o impacto da gestão de um prefeito genocida, que insiste com aulas presenciais e comércio aberto mesmo sob bandeira preta”, disse Estevão.

Jornada Nacional
O deputado federal Paulo Pimenta e a deputada federal Maria do Rosário destacaram a jornada nacional realizada em Brasília durante o dia de hoje, bem como as ações da Bancada do PT no Congresso Nacional. “Nossa palavra de ordem é prontidão”, disse Rosário. Já Pimenta reforçou que o PT/RS agiu desde o início da pandemia, constituindo um GT técnico que vem atuando desde o ano passado. Lembrou que os projetos que vem sendo protocolados, bem como as ações junto ao MP e Poder Judiciário são fruto do debate coletivo que este GT, junto com a direção do Partido, as bancadas estadual e federal, os prefeitos, vem produzindo.

Relatos Municipais
Vereadores, prefeitos e vices trouxeram relatos dos seus municípios e das medidas adotadas. Vereadores da Região Metropolitana relataram a superlotação nos ônibus intermunicipais, o que aumenta as chances de contaminação. Em sintonia com o fim da cogestão, vereadores destacaram que prefeitos negacionistas usam este modelo para não aplicar as regras de classificação de risco conforme a bandeira indicada.

Texto: Eliane Silveira (MTE 7193)

Compartilhe