Do ponto de vista médico não há como recomendar a volta às aulas no Estado. A afirmação é do Chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Professor Eduardo Sprinz, que representou na manhã desta terça-feira, 27, o Comitê científico de apoio ao enfrentamento da pandemia no RS na reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada Sofia Cavedon, que debateu retorno das aulas presenciais.
A parlamentar destaca que o especialista foi muito claro afirmando que das quatro requisitos que o comitê fez como condição para a volta das aulas, talvez só o distanciamento fosse possível nesse momento, com testagem e identificação de todas as pessoas de alto risco, de seus familiares e das que circulam com elas para isolá-las a fim de tentar segurar a contaminação. Quanto a vulnerabilidade das crianças o especialista recomenda medidas específicas de alimentação e segurança, “fora isso é como se tivesse dando combustível para o vírus”, disse Sprinz.
Conforme Sofia, “esta é a terceira reunião de escuta da Comissão aos vários profissionais da saúde que compõem o comitê sobre a volta às aulas e as manifestações são todas de que o momento é de preservar vidas e não de abrir escolas”.
O professor disse que pouco se sabe sobre a infecção pela Covid-19 e que não foi dada as condições de resguardo necessários para as comunidades sendo preciso elaborar uma estratégia de redução de casos em vulneráveis. O médico alertou que a Covid-19 é a infecção via respiratória mais contagiosa que se conhece e recomendou a continuidade do distanciamento, o uso contínuo de máscara e a limpeza das mãos ou o uso do álcool gel. Ele destacou também que ambientes fechados aumentam o risco de contaminação e que criancinhas podem sim serem vetores da infecção para pessoas mais velhas. Sofia ressalta ainda que o médico salientou que o sistema de bandeiras não dá segurança à volta das aulas presenciais. “Quando a gente olha apenas pelos leitos de internação de UTIs a gente sabe que tem alguma coisa errada é como se fosse a ponta do iceberg”, disse o médico.
A deputada perguntou sobre a possibilidade de uma segunda onda atingir o RS, que Sprinz respondeu que não dá para falar em segunda onda se a primeira ainda não terminou. Conforme ele, apenas a aplicação de vacina pode interromper o ciclo epidêmico. O professor falou ainda a respeito dos estudos e pesquisas sobre vacina realizados no Brasil e especificamente em Porto Alegre. Para o infectologista, o país possui tecnologia suficiente para, no próximo semestre, apresentar uma vacina que possa dar proteção com segurança.
PoA, 27/Outubro/20
Foto: Reprodução Marta Resing
Jorn Marta Resing – 5405
Com informações da Agência de Notícias da ALRS.
http://www.al.rs.gov.br/agenciadenoticias/destaque/tabid/855/IdMateria/322072/Default.aspx