domingo, 24 novembro
Foto: Joel Vargas | Agência ALRS

“O governador Eduardo Leite hoje sofreu uma grande derrota. Foi uma vitória do povo gaúcho e esse Parlamento com o amplo debate foi definitivo e importantíssimo para isso. Quero destacar também a importância da sociedade gaúcha que não tolera mais governo sem palavra e governo que não discute, que diz que faz diálogo, mas faz diálogo de uma perna só”. A afirmação foi feita pelo vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zé Nunes (PT), ao final da sessão extraordinária desta quarta-feira (23), quando foi aprovado o requerimento de retirada dos projetos que compunham a proposta de reforma tributária, de autoria do Executivo.

O parlamentar recordou que no início do governo, o chefe do Executivo gaúcho esteve na Assembleia e solicitou às bancadas que lhe dessem tempo e oportunidade para construir um projeto e uma proposta de uma nova matriz tributária. “Demos um voto de confiança, pois entendemos que era necessário discutir com a sociedade. Neste mesmo dia, o governador assumiu compromissos. Entre eles, o de colocar os salários em dia. Votamos naquele momento a prorrogação da alíquotas majoradas por dois anos”.

De acordo com Zé Nunes, era para ter se constituído um grupo de trabalho com representantes da sociedade, setor produtivo, parlamento, prefeitos e setores de consumo para tratar da construção de uma proposta de uma nova matriz tributária, mas passado um ano e oito meses, a discussão não foi estabelecida. “Esse governo se diz do diálogo, mas e esse é um problema do governador. Diálogo significa ouvir a opinião também dos diferentes, significa estabelecer conversas para construir algo, mas ele chama de diálogo o que na verdade é um monólogo, que são as suas lives, as suas reuniões em que ele fala apenas para comunicar as suas decisões”, disparou.

Para o vice-presidente do Legislativo, Leite chamou os deputados e a sociedade e quis, com seus argumentos, convencer de que “o aumento dos impostos e a retirada de todas as isenções da cesta básica, de que a retirada de incentivos da cesta básica de medicamentos, de que cobrar IPVA de carros antigos e tributar insumo agrícola e tirar incentivos, que afetariam mais de 120 mil pequenas empresas do estado do Rio Grande do Sul seria uma grande alternativa”, mas a ideia não deu certo. Por isso, nesta tarde “a vitória foi do povo e do Parlamento”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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