O objetivo da Frente, que é coordenada pelo deputado estadual Zé Nunes (PT), é promover um amplo debate nesse importante setor produtivo, construir propostas de políticas públicas de fomento, assistência técnica e garantia de comercialização (preço justo) entre os produtores e os outros elos dessa cadeia produtiva gaúcha. Também pretende valorizar as experiências existentes, além estimular novos projetos e contribuir na construção de um ambiente socialmente sustentável e na consolidação de uma cadeia produtiva forte no Estado do Rio Grande do Sul. Subscreveram a Frente 22 deputados gaúchos.
Segundo o parlamentar, a importância socioeconômica do tabaco para toda a Região Sul do Brasil é indiscutível, em especial no Rio Grande do Sul. “O cultivo do tabaco, como base da economia, está presente em aproximadamente 220 municípios, sendo cultivado em 130 mil hectares, por 75 mil famílias e gera (circula) aproximadamente R$ 1,2 bilhão de recursos no RS”, informou.
A criação da Frente, lembra Zé Nunes, foi um dos encaminhamentos da audiência pública realizada final do mês junho, quando os produtores, frustrados com o baixo índice de reajuste e com o método de classificação do tabaco adotado pelas empresas, alegaram não ter como arcar com compromissos com instituições financeiras e nem efetivar a próxima safra, e manifestaram que queriam ser ouvidos na classificação do produto e no levantamento de custos.
No RS, a participação do tabaco representou 10% no total das exportações, e é composta por empresas que estão entre as mais sofisticadas do gênero no mundo, utilizando modernos conceitos de produção e equipamentos de industrialização de última geração. Os municípios gaúchos Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires concentram o maior número de empresas, constituindo o maior complexo de processamento de tabaco do mundo. Um número reduzido de grandes empresas domina o mercado.
Texto: Marcela Santos (MTE 11679)