A campanha Rede de Vizinhos e Vizinhas contra a Violência: vizinha eu te escuto, eu te protejo, eu denuncio, lançada pela Força-tarefa de Combate aos Feminicídios, ganhou reforço na Assembleia Legislativa. Deputados de diversos partidos se somaram à iniciativa, que já conta com a chancela da Comissão de Segurança e Serviços Públicos (CSSP). Os parlamentares têm gravado depoimentos para chamar a atenção da sociedade para a violência doméstica, fenômeno mundial que disparou durante a pandemia e que pode, inclusive, estar acontecendo na casa ao lado.
Os vídeos dos deputados têm 50 segundos e são veiculados nas redes sociais do Parlamento gaúcho, podendo ser compartilhados também em outros ambientes virtuais. “O confinamento aumenta os níveis de tensão familiar e isso pode aumentar os casos de agressão, especialmente, contra mulheres, crianças e adolescentes, que se vêem obrigados a conviver de forma ininterrupta com o agressor. Sensibilizar a sociedade é fundamental para vencer a violência doméstica”, alerta o presidente da CSSP, Jeferson Fernandes (PT).
Entre março e abril deste ano, só os casos de feminicídios cresceram 22,2% em 12 estados brasileiros em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados constam no estudo intitulado Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em dados coletados nos órgãos estaduais de segurança.
De acordo com o levantamento, o número de feminicídios subiu de 117 para 143 no período. Segundo o relatório, o estado em que se observa o maior agravamento é o Acre, onde o aumento foi de 300%, seguido do Maranhão, que registrou um aumento de 166,7%, e Mato Grosso, que iniciou o bimestre com seis vítimas e o encerrou com 15, contabilizando um incremento de quase 150%.
Entidades de defesa dos direitos das mulheres relatam que, em muitos estados, a abertura de boletins de ocorrência envolvendo violência doméstica diminuiu. Alertam, no entanto, que muito antes de ser motivo de comemoração, o fato aciona o sinal de alerta, evidenciando que o isolamento social aumenta as dificuldades para formalizar queixa contra os agressores, deixando as vítimas ainda mais vulneráveis.
Fonte: Agência de Notícias ALRS