A bancada do PT na Assembleia Legislativa encaminhou na noite de segunda-feira (27), antes de iniciar a reunião virtual com o governador Eduardo Leite, um ofício cobrando do governo do Estado agilidade nas respostas para a garantia de atendimento à saúde de toda a população que vive no Rio Grande do Sul diante do avanço da pandemia da COVID-19. No documento a bancada reafirma a defesa ao distanciamento social com base nos dados, nos pareceres e nos estudos técnicos especializados como forma de evitar o colapso do sistema de saúde.
No ofício, assinado pelo líder e vice-líder da bancada, respectivamente, os deputados Luiz Fernando Mainardi e Pepe Vargas, a bancada destaca que o distanciamento social é o único mecanismo para o controle epidemiológico de acordo com estudos científicos. Essa medida conseguiu deslocar o pico da epidemia para meados de junho, contudo, adverte a bancada, o tempo ganho pode se reduzir drasticamente se o isolamento for diminuído antes do período de previsão de pico, dado o dinamismo do cenário e das possíveis mudanças no comportamento da disseminação do coronavírus.
Ainda conforme o documento encaminhado ao Piratini, a bancada chama atenção para as recomendações de especialistas de que não se deve relaxar o isolamento social antes de que se cumpram cinco condições essenciais e combinadas. A primeira delas, a redução sustentada durante 14 dias do volume de casos novos, internações e óbitos, buscando um número básico de reprodução, chamado de “R0”, inferior a 1. Segundo, ter o aval consensuado do sistema de saúde enquanto as condições para assistir a população e todas suas necessidades em saúde em um período de progressiva normalização de atividades. Terceiro ter a capacidade de testar os trabalhadores da saúde e de outros setores essenciais e todos casos e contatos, alcançando pelo menos 20 mil testes para cada 1 milhão de pessoas. Em quarto, ter capacidade de dar plena resposta no isolamento em quarentena protegida de casos e contatos por 14 dias com testagem de imunidade ao final do período. Por último, dar resposta de suporte econômico, social e sanitário à população em isolamento social durante os próximos 6 meses de modo a não provocar uma avalancha de desmobilização.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)