sábado, 23 novembro
Reprodução / ALRS | Agência ALRS

A Assembleia Legislativa realizou uma reunião virtual na manhã desta segunda-feira (27) com o presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, para discutir as medidas adotadas pelo banco durante o enfrentamento à Covid-19. A bandada do PT levantou a preocupação com os créditos consignados para os servidores estaduais, para os aposentados, sobre a possibilidade de reduzir os juros do cheque especial neste momento e sobre a abertura de linhas de crédito para os profissionais do entretenimento e da cultura.

Conforme o presidente do Banrisul, desde que começou a pandemia do coronavírus, a instituição tem adotado medidas para o enfrentamento. Entre as mais significativas, citou o crédito consignado dos servidores cujas parcelas de maio, junho e julho foram repactuadas por mais três meses. Com essa medida, qualquer cliente que tenha dívida vencida, não será protestado nem negativado no período de 90 dias. “Vários clientes não conseguiram fazer de forma automática e aí as agências estão ligando para os clientes para que consigamos que tenham esta prorrogação”, explicou. Outra linha de frente que o banco estaria atuando seria diretamente com os municípios. “Tivemos reunião com presidente da Famurs e estamos sensíveis a fazer essa prorrogação também para os municípios. Em paralelo também fazer a prorrogação com a Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, e outros órgãos públicos”.

As medidas adotadas pela direção do Banrisul foram saudadas pelo deputado Pepe Vargas que questionou sobre a postergação dos pagamentos, se há alguma medida como crédito consignado para aposentados do regime geral de previdência e se não seria possível reduzir a taxa do cheque especial, a exemplo do que a Caixa Econômica já fez. “As pessoas estão enfrentando dificuldades e têm entrado cada vez mais no cheque especial neste período”. Segundo o presidente do Banrisul, o cheque especial, é um produto de curto prazo e se o cliente ficar um prazo longo é feita uma migração automática para outra linha de crédito com juros mais baixos. “Em relação aos aposentados, está havendo uma negociação nacional dos bancos com o Dataprev, que deve estabelecer critérios para o crédito consignado”.

O deputado Jeferson Fernandes, que coordenou parte da reunião, questionou sobre os servidores. Defendeu que se jogue estas três parcelas para o final do contrato e não uma nova operação de crédito. Também chamou a importância de se abrir linhas de crédito específicas para os profissionais que atuam em bandas e eventos. “Estão enfrentando dificuldades e serão os últimos a retomarem as atividades quando tudo passar, por isso merecem atenção”, defendeu. O deputado Zé Nunes, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público da AL, também defendeu a criação de linhas de crédito para os trabalhadores da cultura e da música no estado. “Quero fazer um apelo para que o banco prepare um produto específico para este setor. Dá para pensar em linhas de crédito para estes trabalhadores neste período tão crítico”. Para Zé Nunes, o banco ganharia muito, pois a cadeia da música é muito forte no estado. “Será a mão amiga do banco do estado para uma categoria que está desesperada”.

Segundo o presidente do Banrisul, no entanto, a categoria de músicos não é a única a enfrentar dificuldades em função da pandemia. “Estamos falando sobre a transferência de renda por um período que a gente não sabe quanto vai durar. Não há atividade, não podemos falar em capital de giro. Temos que falar em auxílio, mas então, para estes profissionais existem linhas disponíveis, independente da categoria a que pertencem, mas para isso precisam se enquadrar nas regras”, afirmou, acrescentando que o banco trabalha com riscos, mas tem a responsabilidade de administrar o patrimônio dos gaúchos. “O patrimônio do banco é de R$ 7 bilhões, mas nós temos administrado R$ 78 bilhões. A hora que eu vou deixar mais renda na mão dos gaúchos, vamos fazer a economia girar, mas temos restrições operacionais, restrições legais”, argumentou. Claudio Coutinho, no entanto, mostrou-se irredutível quanto à abertura de crédito específico para os músicos e explicou que os quanto juros para os servidores que já tem empréstimos serão os mesmos contratados e não há como jogar as parcelas para o final do contrato.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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