“Nós descuidamos a comunicação”. Essa foi uma das primeiras frases ditas pelo secretário estadual extraordinário de Parcerias, Bruno Vanuzzi, aos deputados estaduais santa-marienses Valdeci Oliveira e Giuseppe Riesgo durante a reunião realizada em Porto Alegre, no final da tarde de quinta-feira (12), para tratar da duplicação da RSC-287. Vanuzzi reconheceu que a forma como o governo anunciou as mudanças na concessão da rodovia não foi adequada e provocou uma série de reclamações e protestos por parte das lideranças de Santa Maria e da Região Central. Os próprios deputados Valdeci e Riesgo disseram a Vanuzzi que ficaram sabendo pela imprensa da inexistência de uma data concreta para o início da duplicação no trecho Santa Maria-Novo Cabrais, e que, a partir de agora, a obra estaria condicionada ao volume de trafego da via, isto é, quando for registrado o volume diário médio (VDM) de 18 mil eixos na 287, o que corresponde a 11 mil veículos/dia. No projeto original, a duplicação nesse trecho estava prevista para os anos entre 2030 e 2032. “Foi importante o secretário reconhecer esse equívoco e, logo em seguida, apresentar detalhadamente para os deputados a forma como vai ser executada a concessão da 287 e, principalmente, as obras que irão garantir mais segurança na via. Saí do encontro bem mais aliviado do que quando entrei”, disse Valdeci.
Ao apresentar as alterações relativas a 287, necessárias para garantir a viabilidade econômica dos contratos, Vanuzzi deixou claro que, nos primeiros anos da concessão, serão implantadas terceiras faixas no trecho entre Santa Maria e Novo Cabrais, o que vai ampliar a segurança, e ocorrerá a recuperação integral da pista e da sinalização. Sobre as terceiras faixas, o secretário afirmou que estudos estão sendo feitos para avaliar os custos, mas garantiu, preliminarmente, que essas melhorias são viáveis. “As terceiras faixas não vão matar o projeto. Já a duplicação, se for feita nos primeiros anos da concessão, arrebenta”, explicou Vanuzzi ao ressaltar a preocupação para que a exploração da rodovia não registre problemas futuros, pois, no país, há casos de empresas que, devido a inviabilidade financeira, estão desistindo do negócio depois de firmada a concessão.
Vanuzzi também assegurou que a data entre 2040 e 2042 não é definitiva para a realização da duplicação. A obra pode ser antecipada se for atingido o VDM indicado de 18 mil eixos por dia na rodovia. Questionado por Valdeci, ele assegurou que, caso o VDM determinado não seja registrado até o final da concessão, as obras acontecerão, mesmo assim, no período 2040-2042.
Valdeci, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa da Duplicação da 287, garantiu que vai fiscalizar de perto o cumprimento de tudo o que foi anunciado. “É um projeto estratégico para a Região Central do Estado e para o Rio Grande como um todo, tanto do ponto de vista da segurança quanto do desenvolvimento. É nosso dever acompanhar, fiscalizar, cobrar e contribuir para que o projeto avance com respeito ao usuário”, acrescentou ele.
texto e fotos: jornalista Tiago Machado – MTE 9415