Pepe aborda a estiagem, os prejuízos, impactos e desafios para a agricutura gaúcha

Claiton Stumpf

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Foto: Joaquim Moura

 

A estiagem prolongada, que ultrapassa os três meses no RS, foi o tema do Grande Expediente do deputado Pepe Vargas, na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (12). Segundo o último laudo da Emater, a seca que acontece em vários municípios já registra perdas de 32% na produção da soja e de 26% na produção do milho, mas em alguns municípios, essas perdas podem chegar a 75% da expectativa desta safra. A estiagem não afeta só a agricultura e a pecuária, ela afeta o abastecimento de água as comunidades e leva a perda econômica para todo o setor primário, afetando a economia dos municípios e do estado. “ Comunidades ficam sem água, sem produção e sem renda e muitos passam dificuldades inclusive para se alimentar“, lembrou Pepe.

O deputado ressaltou que é extremamente preocupante a ausência de respostas por parte das autoridades públicas. Segundo Pepe, a vinda da ministra da agricultura ao estado durante a Expodireto foi um desastre. Mesmo depois de ouvir a angustia dos agricultores, ela não propôs nenhuma medida emergencial. “A falta de anúncios da ministra é tão grave quanto a falta de cobrança de lideranças do estado. Não adianta a ministra falar em prorrogação do pagamento das parcelas do crédito rural, isso é absolutamente insuficiente. Foi um anúncio equivocado. E qual está sendo a atitude do governo do estado? É muito mais complexo do que apenas discutir a securitização e expansão de crédito rural.”

Esta semana num encontro entre as bancadas Federal e Estadual e Governo do estado, o deputado lembrou que na grande estiagem de 2012, quando ele ainda era ministro do Desenvolvimento Agrário, houve uma ação conjunta entre o ministério, governo do estado e prefeitos. Nesta época as ações emergenciais foram levadas a efeito pelos governos, auxiliando num momento importante a agricultura gaúcha. Foram 339 municípios em situação de emergência. “Agora, a omissão dos governos acumula perdas no campo. Falta uma atitude forte, como a que aconteceu no último grande período em que o estado ficou sem chuva e os agricultores perderam plantações e animais, a ajuda veio de uma ação conjunta entre os governos. Passamos por isso no governo Tarso e agimos”.

Na época, 18 milhões do orçamento da União foram aplicados em distribuição de 5 mil cestas básicas, revitalização de poços, combustível para caminhões-pipa, aquisição de filtros, recursos para as comunidades indígenas e quilombolas. Anistia das dívidas da agricultura familiar, 78 mil perícias em propriedades rurais, gerando R$ 1 bilhão de seguro agrícola; distribuição de 2.500 Kits de Ajuda Humanitária para assentamentos, disponibilizado o Cartão Emergência Rural, beneficiando 108 mil famílias, com R$ 400,00 e 500,00 por família, anistia às dívidas beneficiando 45.000 famílias e anistia às dívidas do Programa Mais Alimento, beneficiando 2.445 famílias. “Até acredito que a ministra queira uma solução, mas a visão ortodoxa do ministro da Economia, que só fala em cortes, impede que neste momento, aconteça uma ajuda adequada a nossa agricultura.  Não acredito em alguma atitude positiva por parte do Governo Federal, então, é tempo de uma atitude forte do Governo do estado, a situação é grave”.

Em aparte, o deputado Edegar Pretto disse que está muito angustiado pelo que a seca está significando. Os prejuízos, disse ele, estão além das expectativas e ainda há possibilidade da seca perdurar. Também falou que 50 pessoas no governo Tarso Genro dedicaram esforços para resolver o problema e agora no atual governo há uma grande confusão no governo do estado que ainda não conseguiu juntar um grupo para cuidar do problema. Edegar, que esteve em Brasília, entregando a pauta à ministra da Agricultura “Será que o governador Eduardo Leite está apostando tudo no presidente Bolsonaro? Temos um presidente que está viajando e não toma conhecimento da crise política, mas o nosso governador parece contar somente com o presidente”.

 

Texto: Vania Lain e Claiton Stumpf