sábado, 23 novembro
Foto Mauro Mello

A deputada Sofia Cavedon ocupou uma declaração de liderança em nome da bancada do PT na Assembleia Legislativa para tratar os dados dramáticos do feminicídio no RS, noticiados no mês de janeiro. A parlamentar fez uma análise dos números divulgados agora e do balanço geral da segurança pública de 2019 em relação a 2018.

O que chamou a atenção da deputada foi que em 2019 todos os crimes tiveram redução, com exceção dos crimes relacionados à mulher pela sua condição de gênero, pela relação desigual entre homens e mulheres, pela condição de submissão e inferioridade da mulher imposta nas relações pautadas pelo machismo. “Neste mês de janeiro o balanço da segurança pública e as notícias nos jornais nos dão conta que tivemos o aumento de 3 para 10 feminicídios. O que representa um crescimento percentual de 233%. Tivemos 32 tentativas de homicídios no mês e 134 estupros. São dados são assustadores e aterrorizantes que significam que precisamos agir, que precisamos de políticas públicas para a proteção e para campanhas que comprometam toda a sociedade na denúncia e na proteção. Temos que fazer uma alteração cultural”.

A deputada é autora de um projeto de lei que trata da valorização das mulheres e meninas pela educação e já conta com emendas e contribuições deve ser levada a plenário no mês de março. O objetivo, afirmou é promover a formação de meninos e meninas para uma relação de respeito e direitos iguais. A ideia é desnaturalizar o conceito romântico de propriedade. Por outro lado, advertiu a parlamentar, há redução de recursos para o enfrentamento da violência contra a mulher e para a construção da rede de proteção e investimento na mudança cultural. No Estado do RS, para o ano de 2020, o orçamento é de R$ 20 mil, que não é nada quando em 2012 já havia sido de R$ 4,9 milhões, em 2014 foram R$ 9 milhões e em 2015 R$ 10 milhões. “Agora R$ 20 mil significa que o governo do estado não quer fazer nada em relação a isso”.

Sofia diz que tem emenda da bancada das mulheres, registrou que o governo federal também está se eximindo da responsabilidade. O RS perdeu a Casa da Mulher Brasileira, pois nacionalmente a política foi extinta no orçamento e o governo federal que em 2015 investia 119 milhões tem agora apenas R$ 5 milhões para investir no Brasil inteiro. “Os governos se retiram e as mulheres morrem mais. É preciso reagir e construir alternativas”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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