quarta-feira, 27 novembro

Enquanto os professores do Estado do Rio Grande do Sul buscam garantir seus direitos e tentam não prejudicar os estudantes, o governador Eduardo Leite (PSDB) sequer apresenta uma proposta ao comando de greve do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS). Após o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) ter dado prazo de 72 horas para que a Secretaria Estadual de Educação apresentar um calendário de recuperação de aulas correspondente ao período de greve dos docentes, o governo e a entidade sindical se reuniram na manhã desta terça-feira (7), na Secretaria Estadual de Educação. Os representantes dos professores exigiram o pagamento dos dias parados pela greve iniciada em novembro e o calendário de recuperação das aulas perdidas, mas o governo não apresentou nenhuma solução.

A presidente da Comissão de Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, deputada Sofia Cavedon, afirmou que o governo está utilizando um falso argumento de que o reajuste do piso nacional do magistério inviabiliza e impede o RS de pagar mais aos professores. A projeção feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) a partir de portaria do governo federal publicada no final de dezembro aponta um aumento de 12,84% nos salários. Se o índice for confirmado, o que deve ocorrer em 10 de janeiro, o vencimento básico passará R$ 2.557,74 para R$ 2.886,15. “Não dá para misturar o contexto. Querem fazer um corte profundo, subtraindo toda a carreira dos professores e querem construir o discurso do piso, de maneira equivocada”, argumentou Sofia.

Segundo a deputada, para cumprir o piso, o governo precisa dialogar com a categoria. “Ele (governo) está preocupado com uma tese que não se sustenta. Temos maioria no parlamento contra o projeto. O mais grave é que estamos a 20 dias da última votação e o CPERS fez assembleia, fomos até o secretário no dia 23 e dissemos que era necessário não cortar o ponto. O governador que é responsável pela educação dos estudantes do ensino médio no Rio Grande do Sul, não tem nenhuma resposta”, disparou.

Para a parlamentar, o drama vivenciado pelos professores é algo inaceitável. “É uma desculpa inadmissível dizer que o reajuste do piso inviabiliza o diálogo. Que espaço de negociação houve para que se pudesse construir? Passamos um ano inteiro. Não tivemos uma reunião. Que governo é esse?”, indagou, dizendo que a gestão de leite é absolutamente autoritária. “Leite não tem projeto para a educação. É um governo do estado mínimo que entrega a educação para a iniciativa privada e não vem para o diálogo. Todo o desenvolvimento do país depende da educação, mas este é um governo cartorial”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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