“Em 90% das reuniões ordinárias desta comissão durante esse ano eu cobrei do atual governo, assim como fiz com o anterior, a abertura dos leitos do Hospital Regional. Nos últimos encontros, não, pois esperei, aguardei para ver se algo de concreto aconteceria”, afirmou o deputado Valdeci Oliveira nesta quarta-feira (11), na Comissão de Saúde e de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (CSMA). Aos deputados e deputadas presentes, Valdeci lembrou que há cerca de 5 meses, durante a vinda do ministro da Cidadania ao estado, Osmar Terra, foi alardeado na mídia regional e da capital, com coletivas concedidas à imprensa, que estariam sendo liberados R$ 50 milhões para a compra de equipamentos para o Hospital. “Diante da demora, cheguei a dizer que estavam vindo de carroça. E para minha surpresa, na semana passada, em nova vinda ao Rio Grande do Sul, de novo um ministro (desta vez o da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhado de Jair Bolsonaro) anunciou a liberação de recursos, mas de R$ 36 milhões. Além de ter encurtado o valor, boa parte dele é fruto de emendas parlamentares dos deputados federais gaúchos de todos os partidos, que tiveram a sensibilidade para apresentá-las a um conjunto de ações na área da saúde no estado”, ressaltou Valdeci.
Para o parlamentar, que tem sido classificado como uma “pedra no sapato” do governo em relação a pressão que tem feito em favor da abertura dos leitos do Regional, “todo recurso que vier para se somar a essa questão, eu defenderei e terei plena concordância. Por outro lado, ficarei atendo para que,no ano que vem, quando estarei novamente integrando esta Comissão e incidindo neste movimento, esses R$ 36 milhões, além de se efetivarem, não se configurem, mais uma vez, como simples anúncio de véspera de eleição e para que alguns não se utilizem e façam dele um cavalo de batalha eleitoral, como já aconteceu e a cidade de Santa Maria conhece muito bem”, criticou Valdeci.
O deputado ainda fez questão de repetir: “O Hospital de Santa Maria está pronto, entregue para o estado desde 19 de setembro de 2016. São mais de três anos e, fora os dois ambulatórios, que apesar de importantes não são a necessidade primeira da população, as portas continuam fechadas e os leitos inexistentes. Esse descaso vem resultando na superlotação do Hospital Universitário, da nossa universidade federal, cuja média de macas espalhadas pelos corredores tem sido entre 40 e 60 todos os dias e cuja abrangência do atendimento é para mais de 1 milhão de pessoas”.
A manifestação de Valdeci incluiu outra preocupação. Segundo informações levantadas, esses R$ 36 milhões serão direcionados para a compra de equipamentos. “O que definitivamente não é suficiente, pois grande parte desse material é importado para dar conta do atendimento de alta complexidade previsto pelo Regional. E se trata de uma licitação mais complexa, mais demorada e que eu espero que saia o mais rápido possível. E digo isso independentemente de quem esteja no poder. O que interessa é que estamos falando da angústia de milhares de pessoas da Região Centro do estado pela urgente abertura do Hospital”, finalizou.
Texto: Marcelo Antunes (MTE 8.511)