“A ausência de diálogo parte do governo do Rio Grande do Sul que de 25 de outubro para cá, data em que o CPERS rebateu as propostas de reestruturação do serviço público, não convocou nenhuma reunião, não abriu a negociação, nem deu respostas sobre a pauta de reivindicação dos professores”. A afirmação foi feita pela deputada Sofia Cavedon, em declaração de liderança da bancada do PT, na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (21).
Conforme a parlamentar, a declaração foi feita para tirar qualquer dúvida em relação ao CPERS/Sindicato ter reagido ou não às propostas do governo do Estado. “Aqui neste plenário, o chefe da Casa Civil (secretário-chefe, Otomar Vivian) disse que o CPERS não se manifestou, mas isso não corresponde à realidade. Temos um documento entregue pelo sindicato em 25 de outubro que comprova que a entidade e inicia rebatendo as propostas de reestruturação propostas pelo governo. Depois desta data, contudo, o governo do estado não chamou o sindicato para negociar”.
O ofício encaminhado ao Piratini há quase um mês foi ignorado pelo governo, que não fez nenhuma tréplica, não rebateu as reivindicações dos professores e sequer comentou o seu conteúdo. Como consequência, o governador Eduardo Leite jogou a rede estadual em uma greve de grandes proporções. “É uma greve de proporções nunca vistas. Para se ter ideia, tenho o registro de duas escolas em que os estudantes fizeram assembleia geral e entraram em greve. Há um protagonismo muito forte dos estudantes preocupados com o que esse conjunto de medidas apresentado pelo governador vai atingir a qualidade da escola pública”, exemplificou Sofia.
De acordo com proposta do governador altera princípios constitucionais no caso da carreira baseados em merecimento e antiguidade que agora o governo coloca na nova carreira exclusivamente o critério discricionário da administração estadual. A proposta do Executivo coloca também no estágio probatório, nos três primeiros anos, a cobrança de resultados. “Exige resultados, mas isso depende de um coletivo, de planejamento e de uma série de insumos que o governo não disponibiliza. É uma forma muito perversa de retirar dos atuais profissionais o recurso para fingir para a sociedade que está pagando o piso. E, com isso, zera em alguns anos os ganhos de carreira que os profissionais atuais obtiveram com seu esforço de capacitação”. Uma outra crítica que a deputada fez foi que é de apenas 7% é a diferença de salários entre ter o ensino médio e ter um doutorado.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)