sábado, 23 novembro
Foto Joaquim Moura

O deputado Valdeci Oliveira utilizou um tempo de liderança da bancada do PT, na tarde desta terça-feira (19), para se pronunciar sobre o pacote de medidas apresentado na semana passada na Assembleia Legislativa. Durante o tempo regimental, o parlamentar argumentou que o governo, que em 11 meses não apresentou nenhuma proposta para o desenvolvimento do estado, agora quer retirar os direitos conquistados por trabalhadores ao longo de anos e desafiou o governador a cortar isenções fiscais e cobrar sonegadores.

Valdeci defendeu que não é possível aceitar que o Estado, que passa problemas econômicos, agora utilize a alternativa atacar aqueles que produzem políticas extremamente importantes como educação, segurança e saúde e outras áreas. “Muita gente fala que o governo está tendo coragem de apresentar um projeto. Isso não é coragem, é covardia. Coragem seria se tivesse apresentado projeto que combatesse a sonegação fiscal, diminuísse as isenções fiscais e reconhecesse a importância do serviço e do servidor público para a sociedade. Já vivemos uma situação dramática nas escolas e agora o governador ataca o servidor como se fossem os culpados pela situação que o governo não tem capacidade para resolver”, sustentou.

O parlamentar observou que, se os servidores conquistaram algum avanço e algum direito foi pela luta e organização e pela compreensão do ex-governador Tarso Genro. O atual governo, afirma, tem alardeado que este pacote é para gerar uma economia de R$ 25 bilhões em alguns anos. “Se for verdade, desafio o governador a ter coragem e diminuir apenas R$ 2,5 bilhões por ano das isenções fiscais que em 10 anos também terá os R$ 25 bilhões por, sem precisar atacar os servidores”.

No final de seu pronunciamento, Valdeci leu carta da professora de Eduardo Leite, Clarissa Maroni de Souza. No texto, a educadora que lecionou artes e teatro para o governador quando ele era estudante em Pelotas, há exatos 23 anos, lamenta o que seu ex-aluno está fazendo com o magistério. “Hoje eu estou paralisada. Não me referindo apenas à atividade docente, mas paralisada por tamanha crueldade que este senhor está fazendo com a minha profissão, com minha dignidade e minha vida. Não existe palavras para expressar a dor que eu sinto e que tento compartilhar com vocês, amigos. Esse menino lindo, me fez acreditar em suas promessas de campanha: ‘O Rio Grande do Sul tem dinheiro para pagar o salário em dia. É uma questão de gerenciamento financeiro’. Ora, além de continuar parcelando meu salário, comprometendo diretamente o meu dia-a-dia, liquida de vez com meu futuro, enviando essa proposta de reforma que afeta sem dó nem piedade a vida dos professores. Assinado: professora do Sr. Eduardo Leite”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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