(Foto: Joaquim de Moura)
Um ato unificado reuniu milhares de servidores públicos municipais, estaduais e federais na Praça da Matriz, em frente são Palácio Piratini, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (14). A manifestação foi convocada pela Frente de Servidores Públicos do RS e marcou a luta conjunta dos servidores do país contra os projetos de desmonte do Estado e destruição dos serviços públicos. Na parte da manhã, as diferentes categorias realizaram assembleias par aprovar suas respectivas agendas de mobilização para barrar o pacote. Professores estaduais, deliberaram por entrar em greve a partir do dia 18 de novembro. A bancada do PT na ALRS acompanhou as manifestações.
O ato também contou com apoio dos estudantes estaduais e municipais e deputados da bancada petista na Assembleia Legislativa, que defendem a educação pública e os direitos do funcionalismo público. “Os ataques de Bolsonaro, Leite e Marchezan são para destruir tudo que já conquistamos para os servidores públicos neste país”, diziam os manifestantes no caminhão de som. Conforme o líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, o governador escolheu o mesmo caminho de Sartori, que o antecedeu, e repete o que já foi feito em muitos lugares e não deu certo. “Essa visão antiestado que está na base do ajuste que Leite propõe é a mesma que está gerando indignação e crise em vários países da América Latina. Não bastasse a entrega do patrimônio estratégico do estado, com as privatizações, vai desestruturar o serviço público e prejudicar quem mais precisa, os mais pobres”, afirmou. Para Mainardi, a austeridade mata, inclusive reputações políticas. “Mas, aparentemente, Leite prefere cumprir a vontade do mercado do que construir uma saída efetiva para a solução de nossos problemas”.
Para a deputada Sofia Cavedon, que é presidente da comissão de Educação da Asembleia Legislativa, os projetos de Lei protocolados na Assembleia Legislativa na última quarta-feira demonstram as medidas pretendidas pelo governador para fazer ajuste fiscal tão profundo como nunca visto, fazem com que a greve seja necessária, urgente, forte e aliada a luta de toda a sociedade gaúcha. Conforme a parlamentar, a educação que recebe o pior piso salarial dos Estados do Brasil, que vive o 47° mês de parcelamento, que não tem condições de trabalho adequadas, não merece tamanha afronta. Ainda mais, destaca ela, que nenhuma medida para melhorar a arrecadação, reduzir desonerações, combater sonegação, buscar recursos devidos pela União, apareceram como alternativas para enfrentar a propagada crise fiscal. “Lutarei e votarei contra todos os projetos que atacam as servidoras e os servidores do Estado do Rio Grande do Sul”, afirma.
Valdeci Oliveira chamou a atenção para a responsabilidade que os parlamentares terão para avalizarem ou não um dos maiores ataques já planejados contra o ensino gaúcho e contra o serviço público em geral. “Não adianta dar discurso a favor da educação e da segurança públicas e, depois, vir aqui apertar o dedão lá no plenário a favor da proposta do Leite. Esse pacote será um divisor de águas político no Parlamento”, alertou.
Outro que manifestou apoio aos servidores foi o deputado Pepe Vargas, para quem o pacote de Leite vem liquidar com os serviços públicos, gerando problemas não apenas para os servidores, mas para a população que precisa destes serviços. “Ele acaba com a escola pública com qualidade. O pacote acentua um arrocho que já dura cinco anos. Os professores, por exemplo, estão há cinco anos sem reposição salarial, e com o pacote vão ter salários congelados e perder as pequenas conquistas”, avaliou. Pepe disse que o pacote desqualifica os profissionais da educação pública para cobrir os rombos do caixa do governo e é desumano com todas as categorias. Em relação aos altos salários, que é uma minoria, estes serão pouco atingidos. “O pacote atinge os servidores que tem menores salários, atinge a população que precisa destes serviços.”
Texto: Claiton Stumpf
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