sábado, 23 novembro

 

Fotos: Marta Resing

Professores, servidores e estudantes repudiam pacote do Governo que trata das carreiras públicas

A indignação de professores e estudantes contra o governo do Estado foi demonstrada nas manifestações ouvidas no Teatro Dante Barone durante a audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia realizada na manhã desta sexta-feira (8). A audiência tratou do impacto das propostas do Executivo estadual que alteram legislação das carreiras e previdências de servidores públicos estaduais da área de Educação.

Proponente da audiência, a presidente da Comissão, deputada Sofia Cavedon (PT), informou ao público que lotava o teatro, que já tinha recebido inúmeras moções de câmara de vereadores de diversos municípios gaúchos e da comunidade escolar, manifestando inconformidade e preocupação com o conjunto de proposições governamentais que alteram a estrutura das leis que atingem o funcionalismo. Sofia criticou a ausência do governo no encontro e apresentou dados que confirmam o decréscimo nos investimentos em educação e que as diversas lutas que aconteceram este ano, evitaram retrocessos maiores como a enturmação e a extinsão de turmas. “Nossa Comissão, que tem uma  composição pluripartidária, é incansável na busca de melhorias para a educação”, afirmou. Sofia disse ainda que a audiência é mais um ato de resistência aos ataques que o pacote do governo Leite representa para a educação do Estado. “A proposta é de retirada de direitos de uma categoria que já está sem reajustes há mais de 47 meses e com o pior parcelamento da história”, enfatizou a parlamentar. Para ela, os prejuízos à Educação são irreparáveis na retirada de direitos dos servidores.

A presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Schürer, chamou as alterações pretendidas pelo governo do estado de “Projeto da Morte”. Ela avaliou que a intenção do governo é deixar os professores na ativa até a aposentadoria compulsória. “Porque, se efetivado o projeto, quem estiver na ativa hoje e posteriormente se aposentar, não receberá nenhuma gratificação temporal”.

Alice Gaier, vice-presidente da UEE Livre, defendeu a escola pública que é atacada há muito tempo.”O governo não gosta dos estudantes na escola, e por isso avilta os serviços públicos, retira de quem tem menos e dá para quem tem mais. O ataque a educação se dá pelo papel que a educação tem de transformação. Os políticos tem medo do que os estudantes podem fazer nas ruas e mostrar a importância que a as escolas públicas tem para a sociedade gaúcha. Há um grande desrespeito e por isso somente a mobilização pode mostrar a importância da educação. O futuro dos estudantes depende de professores e educação valorizada, isso tem que ser cobrado dos governos de forma contínua.O acesso ao conhecimento é garantido pela dedicação dos professores e por isso temos que valorizá-los contra a destruição das carreiras.

Vitória da Silva, representando a União Gaúcha dos Estudantes ( UGES) salientou que os governos mudam, mas as políticas tem sido de ataque aos professores. “Está havendo um claro desinvestimento, com falta de laboratórios de informática e de ciências, não tem refeitório, biblioteca, quadra coberta, etc. IÉum absurdo como o governo trata as escolas, os estudantes, os professores. Há uma falta de preocupação com os servidores públicos. O governo não veio ouvir os relatos dos estudantes que tem que acompanhar professores que precisam pedir esmola nas sinaleiras” A estudante afirmou que as escolas estão organizadas contra o pacote e na defesa da educação e do salário digno dos seus professores.

Participação

A deputada Luciana Genro (PSOL) incentivou a mobilização de professores e servidores junto aos deputados, buscando a mudança na correlação de forças a favor da reprovação do pacote governamental. Ela conclamou a necessidade de greve geral dos servidores gaúchos. “Nós precisamos continuar dizendo ao governador Leite que ele não vai tirar dos pequenos para dar aos grandes”, declarou. O deputado Edegar Pretto (PT) cobrou do Estado promessa de campanha de voltar a pagar professores e servidores em dia.

Também se manifestaram os parlamentares  federais Fernanda Melchiona (PSOL), Maria do Rosário (PT) e Henrique Fontoura (PT), diretores sindicais, diretores de escolas, professores e estudantes de escolas públicas estaduais e de Porto Alegre.

 
Encaminhamentos

A deputada Sofia Cavedon encerrou a audiência reiterando que o governo terá que escutar os professores e estudantes. “Encaminharemos todos os documentos entregues nesta audiência ao governo do Estado, bem como ao Ministério Público”, disse a presidente da Comissão.

 

Texto: Marta Resing (MTE 3199)

 

Compartilhe