“É um pacote que não vem da discussão com as categorias de trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul, não vem de uma discussão para a melhoria das políticas públicas, nem da construção de soluções para os problemas das políticas públicas”. Assim, utilizando um tempo de liderança na sessão plenária da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (9), a deputada Sofia Cavedon definiu o pacote proposto por Eduardo Leite para o funcionalismo público.
Para a parlamentar, o governador Eduardo Leite usa de uma “pirotecnia” quando incita a população a se colocar contra os servidores, sob o falso argumento de que ela paga a conta da aposentadoria e que os problemas do estado está nos servidores, quando na verdade são os serviços públicos de qualidade e nos servidores valorizados movimentaria a economia gaúcha. “Esse discurso do servidor valorizado é o discurso que Eduardo fez durante a campanha, quando dizia que o servidor com salários parcelados não movimentavam o comércio local e por isso ele ia corrigir no primeiro ano, mas em vez de corrigir o problema do atraso dos salários ele ataca brutalmente os servidores apresentando um pacote sem negociar com os servidores”.
Segundo Sofia, o governador utilizou o parcelamento dos salários e falta de capacidade de colocar os salários em dia para justificar a retirada da obrigatoriedade do plebiscito para a venda da CEEE, Sulgás e CRM para a inclusão do Estado no Regime de Recuperação Fiscal, que agora sequer fala mais. “O cheque em branco que ele pediu nessa Casa para torrar as empresas públicas, não tem mais justificativa. Ele agora usa os mesmos fenômenos para outras maldades. Antes era para vender o patrimônio. Agora é para atacar a carreira dos servidores”.
Desqualificando os servidores diante da opinião pública, entende a deputada, Leite prepara a retirada de direitos e cortes nos salários. “Ele intercepta ganhos na carreira que já estão projetados, retirando adicionais por tempo de serviço, impactando na aposentadoria, pois retira a possibilidade de levar as gratificações para a aposentadoria”. Mais do que reduzir salários, a proposta de Leite vai penalizar os servidores que menos ganham. Segundo Sofia, os aposentados com até cinco salários mínimos, passarão a contribuir 14% dos salários para a previdência. “Isso significa confisco de salário destes servidores, que são trabalhadores com salários mais modestos”. Ou seja, a proposta do governo não ataca os grandes salários, mas as camadas modestas da folha do Estado, entre elas os professores e os policiais.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)