Pepe pede que governo retire urgência de projeto que altera Código do Meio Ambiente

Pepe pede que governo retire urgência de projeto que altera Código do Meio Ambiente
Foto Joaquim Moura

O vice-líder da bancada petista na Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas, utilizou uma declaração de líder para analisar a alteração do Código do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, apresentado pela gestão de Eduardo Leite. Durante o tempo regimental, o parlamentar discorreu sobre a legislação e fez um apelo para que o governo retire o regime de urgência e permita um debate mais amplo sobre a matéria.

Para Pepe, o código ambiental gaúcho é uma legislação moderna e a sua alteração precisa ser muito bem discutida para não gerar prejuízos ao meio ambiente. “Espero que o governo do estado tenha a dignidade de retirar o regime de urgência da proposta, que encaminhou aqui para alterar o código aprovado por unanimidade há mais de uma década após intensa discussão. Não é possível que uma matéria que propõe 480 alterações 50 supressões no código tenha tramitação em 30 dias na casa”.

Segundo o deputado, a proposta do governo suprime alguns capítulos inteiros do código. Entre eles, o que instituiu a educação ambiental. “Isso por si só, já revela uma ótica produtivista, como se não precisasse ser tratado de uma política de proteção ao meio ambiente para as atuais e futuras gerações”, avaliou Pepe questionando se modernizar, argumento utilizado pelo governo, fosse abrir mão de um princípio de precaução quando se trata do licenciamento de atividades humanas e econômicas.

Ouvir a sociedade civil organizada, a academia, técnicos e pesquisadores é fundamental para que os deputados possam decidir em como se posicionar diante de um projeto tão complexo, afirmou o parlamentar. “O governo diz que não é auto-licenciamento, que é uma licença por adesão e compromisso, mas na prática é auto-licenciamento. Determinadas atividades de baixíssimo impacto ambiental até poderiam ser auto-licenciadas, mas o que e quem é que vai determinar o grau do impacto ambiental?”, questionou.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)