“A unidade política de várias bancadas para um objetivo comum, para além das divergências ideológicas, sobre economia e de visões de mundo, produziu na semana passada um entendimento de uma parte importante dos parlamentares para defender contrariamente a venda das ações do Banrisul”. Com essa afirmação, o deputado Edegar Pretto (PT) abriu seu pronunciamento durante comunicação de liderança, na sessão desta terça-feira (24) para defender a manutenção do Banrisul como um banco público.
Para Edegar, a dilapidação do maior ativo do RS, que é o Banrisul, só foi impedida porque houve uma movimentação envolvendo várias bancadas do legislativo. A forma como o governo do Estado estava conduzindo a negociação das ações preferenciais, segundo o deputado, resultaria em um rombo de mais de R$ 2 bilhões. “Essa unidade madura e, também, pela complexidade do mercado, a forma como essas ações foram colocadas no mercado, faria com que esse fosse um péssimo negócio”.
O Banrisul é um banco público, presente em praticamente todos os municípios gaúchos, conhece a economia local e as peculiaridades de cada região. Pretto observou que o banco possui uma carteira de crédito que financia o setor produtivo e tem por vocação para o fomento do desenvolvimento do Estado. “No governo Tarso, comparado com o final do governo Yeda, o Banrisul fechou 2010 com uma carteira de crédito em R$ 17 bilhões e em 2014, R$ 31 bilhões foi o montante de recursos emprestados ao setor produtivo”, comparou.
Edegar sustentou ainda que as privatizações ocorridas aqui no RS mostraram que não são a melhor alternativa. “Se temos hoje na Constituição do Estado a obrigatoriedade do plebiscito para consultar os gaúchos se concordam em vender uma empresa pública não foi por acaso. Foi fruto da má sucedida venda do patrimônio feito no governo Britto, com discurso muito semelhante ao que se faz agora, de que não havia saída para pagar a folha e investir em saúde, educação e segurança”, afirmou. Ele observou ainda que quando Olívio Dutra assumiu o governo, diziam que se ele não vendesse o Banrisul e não continuasse o curso das privatizações, em três meses não conseguiria pagar a folha nem investir. “Olívio não vendeu nenhum patrimônio, não atrasou a folha, investiu em todas as áreas e o Rio Grande cresceu acima da média nacional. Então, governador Eduardo Leite, não transfira para esse parlamento a responsabilidade que é sua e não faça com que sua base quebre a palavra que o senhor empenhou em campanha”.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)