Poucos minutos após lançarem, juntamente com deputados de outros partidos, um manifesto contra a venda de ações do Banrisul, dois parlamentares da bancada do PT ocuparam a tribuna da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (19), para saudar a unidade das bancadas do PT, MDB, Novo, PSL, PSol, PDT e SD neste movimento pela preservação do Banrisul como um banco público.
Como coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, o deputado Zé Nunes ressaltou a gravidade do que estava por acontecer, caso as ações do Banrisul fossem vendidas por valores abaixo do que valem fez com que bancadas de perfis ideológicos diferentes se unissem. “São bancadas que não tem dúvida alguma a respeito do mau negócio que é a venda das ações. Uns pelo formato da venda e outros, como é o caso da bancada do PT, pela venda em si das ações do banco”, salientou. Zé Nunes lembrou que o governo do estado havia 96 milhões de ações e depois baixou para R$ 71 milhões, o que levaria o Estado a ficar com apenas 25,8% de controle de capital do Banco. “Não temos dúvida de que o governo Eduardo Leite não apresentou uma iniciativa a não ser a venda dos móveis da casa. Não temos visto que esse governo tenha produzido, em 10 meses algo concreto no que diz respeito ao desenvolvimento do estado”.
Para o parlamentar, o recuo do governo – que anunciou na manhã desta quinta-feira que não vai mais vender as ações – é resultado do movimento feito na Assembleia Legislativa, somado ao fato de que a venda poderia ser considerada improbidade. “O banco vender o patrimônio abaixo do seu valor ensejaria questionamento e iniciativas de responsabilização do governo e do próprio governador”.
Sofia Cavedon também ocupou a tribuna para celebrar as forças que se somaram contra a venda das ações ordinárias do Banrisul. O governo do estado, lembrou ela, já vendeu quase todas as suas ações preferenciais, que não dão direito a voto em assembleia, mas agora estavam querendo vender as ações ordinárias, que dariam direito aos compradores participarem das decisões na gestão do banco. “Sabiamente o governo detém 98,13%, o que concede um poder muito importante sobre a gestão, sobre as prioridades e escolhas de negócios e isso significa o povo gaúcho incidindo sobre o seu maior ativo”, afirmou.
Ela lembrou que o governador comprometeu-se em campanha com a manutenção do banco e com o pagamento em dia dos salários dos servidores e em virtude disso a bancada do PT votou pela manutenção da alíquota do ICMS, que foi aumentada no governo Sartori. “O povo gaúcho já está pagando uma conta importante através dos impostos, o que segundo ele era necessário para colocar em dia os salários. Nossa bancada já apresentou documento completo de alternativas. Temos perdido muitos recursos por causa das políticas de Bolsonaro e não vejo o governador fazer esforço político para cobrar os créditos da Lei Kandir, nem de cobrar recursos para as nossas universidades, o Minha Casa Minha vida, programas como o Mais Educação, entre outros”.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)