Bancada do PT propõe reflexão sobre Semana Farroupilha

Bancada do PT propõe reflexão sobre Semana Farroupilha
Foto Joaquim Moura

O deputado Valdeci Oliveira representou a bancada do PT na Sessão Solene em homenagem à Revolução Farroupilha, realizada nesta quinta-feira (18), na Assembleia Legislativa. Utilizando o tempo regimental, o parlamentar fez uma análise sobre a data máxima dos gaúchos e gaúchas que remonta e simboliza a deflagração de um movimento de insatisfação e de insubordinação ao Poder Central da época, contra os altos impostos que o Império Português aplicava sobre os principais produtos do Rio Grande do Sul.

Valdeci salientou a importância de se fazer uma análise crítica sobre o movimento, que foi gestado a partir da elite econômica, intelectual e militar e não do povo explorado sofrido e perseguido por sua condição social ou racial. “Este povo foi, isto sim, chamado para dar sua vida na defesa dos interesses de quem já detinha e queria assegurar e ampliar seu poder local. Essa é a nossa História, queiramos ou não, gostemos dela ou não. Não necessariamente precisamos negar ou nos envergonhar. Muito pelo contrário: é a partir dela que devemos refletir, pensar, aprender”, argumentou.

Para o parlamentar, no 20 de Setembro, os gaúchos precisam reverenciar as camadas mais empobrecidas, formada pelos negros e negras escravizados, índios e pobres que foram – em sua grande maioria obrigados – enviados aos milhares para as frentes de batalha, sem entender muito o que acontecia, se aquilo que estavam fazendo ou participando dizia respeito aos seus verdadeiros interesses, se aquela guerra era ou não sua. “Esses heróis e heroínas também precisam ser lembrados. Suas histórias também precisam ser contatadas, trazidas à tona e reverenciadas”.

Para Valdeci, a data deve servir para os gaúchos repensarem, discutirem e analisarem a situação do estado e do povo nos dias atuais. A conjuntura, sustentou, exige que o povo defenda o patrimônio construído durante décadas e exijam fazer, ou pelo menos tentar buscar, uma nova revolução, não pelas armas, não pela guerra, não com a morte de irmãos e irmãs, não com o sangue do povo. A ideia é promover o resgate do orgulho gaúcho. “Precisamos de uma revolução que prime pela resistência ao desmonte da coisa pública, pela resistência à precarização dos serviços públicos em saúde, educação e segurança. Que prime pelo direito a se ter um emprego, renda e uma vida digna e que extirpe todas as chagas resultantes do machismo, do racismo e da exploração do mais forte sobre o mais fraco”.

Valdeci defendeu ainda uma revolução que considere a vida das pessoas mais importante que os lucros e os interesses da poderosa indústria do agrotóxico, que acredite na força da juventude e na experiência dos mais velhos, independentemente de sexo, credo e condição social; que enxergue o povo como sujeito partícipe e não como mero espectador, um simples pagador de impostos e eleitor a cada dois anos. “Enfim, uma revolução em seu mais amplo significado, de mudança, que substitua o discurso da crise infinita, por ações políticas que efetivamente nos tragam o desenvolvimento e a inclusão social para o nosso povo. Uma revolução que distribua a renda hoje tão concentrada nas mãos de uns poucos privilegiados, que resgate o orgulho de sermos gaúchos e gaúchas e que o espírito Farroupilha, que o espírito do 20 de Setembro nos motive cada vez mais a nos mobilizar, a não nos acomodar com injustiças, desigualdades, violências, machismos, assédios e qualquer forma de opressão”.

A construção de um Rio Grande justo, solidário, desenvolvido, inclusivo, vocacionado para a paz e para a geração de oportunidades de vida digna para todos os gaúchos e gaúchas é o desejo de Valdeci para este 20 de Setembro e, tenho certeza, também, que esse é o desejo de todos os colegas deputados e deputadas, independentemente de cor partidária ou opção ideológica. “Que possamos trabalhar unidos, de forma incansável, para permitir as transformações que tanto desejamos e que tanto são necessárias, pois, como mostra a História do Rio Grande, território forjado na luta, é com suor, dedicação e comunhão de esforços que o nosso Estado avança! Viva o Rio Grande do Sul! Viva os gaúchos e viva as gaúchas”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)