Santa Maria sedia audiência sobre cortes nas universidades e institutos públicos

Santa Maria sedia audiência sobre cortes nas universidades e institutos públicos
Crédito Guerreiro/ALRS

Na próxima sexta-feira (12), Santa Maria sediará uma audiência pública para discutir os impactos dos cortes orçamentários nas universidades e institutos federais para os municípios gaúchos. A atividade, proposta pelo deputado Valdeci Oliveira e aprovada por unanimidade na Comissão de Assuntos MUnicipais (CAM) da Assembleia Legislativa, na qual o parlamentar é titular efetivo, será realizada às 13h30min, no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter (Rua Heitor Campos, s/n). A audiência está inserida entre as atividades que serão realizadas durante a 26ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop).

Na avaliação de Valdeci, que tem a defesa da educação pública de qualidade como um dos pilares da atuação do seu mandato, os cortes anunciados pelo governo federal, que chegam a mais de 30% em alguns casos, além dos reflexos na educação, irão afetar direta e negativamente a economia dos municípios e regiões que sediam essas instituições. “Santa Maria é um exemplo, pois o orçamento da Universidade é muito maior que o da prefeitura. São recursos que circulam na economia local, que vão direto para o comércio e serviços da cidade”, destaca Valdeci, lembrando ainda que, somente em bolsas concedidas a estudantes, são R$ 12 milhões por ano que circulam nas cidades onde a UFSM está presente. “Além disso, é preciso analisar o incremento financeiro que a UFSM faz junto às empresas locais. De 2013 para cá, por exemplo, a Universidade contratou 1.067 empresas gaúchas, com um repasse de recursos médio de R$ 91 milhões ao ano. E isso faz muita diferença na economia do nosso estado”, explica.

Ao analisar a retirada de recursos da educação superior pública, o parlamentar lembra que, paralelamente aos cortes, o governo federal libera R$ 37 milhões para financiar uma campanha publicitária sobre a reforma da previdência, prepara o perdão de dívidas do agronegócio que deve encostar na casa do R$ 40 bi, além de permanecer com renúncias fiscais anuais de R$ 7 bilhões ao setor na exportação de produtos agrícolas. “Quer contradição maior que essa? Tira de quem precisa e dá para o andar de cima”, avalia Valdeci.

Texto: Marcelo Antunes (MTE 8.511)