sábado, 23 novembro
Crédito Joaquim Moura

Em seu pronunciamento na sessão desta terça-feira (28), que aprovou a indicação dos novos diretores e presidente do Banrisul, o deputado Valdeci Oliveira anunciou na tribuna que votaria contra o projeto encaminhado pelo governo do estado. Além de desaprovar o perfil do profissional escolhido para dirigir a instituição – o economista carioca Coutinho Mendes, cuja experiência é voltada para a realização de privatizações -, Valdeci protestou fortemente contra a definição do governo Leite de aumentar em mais de 70% o salário da cúpula do Banrisul.  “Não estamos falando aqui de aumento para o salário mínimo, do piso regional ou para quem ganha R$ 2 mil ou R$ 3 mil”, destacou Valdeci, frisando que se tratava, isto sim, de aumento real a remunerações que variavam de R$ 40 mil a R$ 50 mil. “Estamos num estado que há mais de 40 meses parcela salários de servidores, que atrasa repasses para a saúde, que está com a educação sucateada e que faltam recursos para a compra de medicamentos. É um absurdo. É um valor astronômico quando comparado com a situação caótica que vive o Rio Grande do Sul”, pontuou ele na tribuna.

Valdeci lembrou aos que assistiam a sessão plenária que, numa conta simples e rápida, era possível constatar o grau de injustiça em um projeto que elevaria o salário do presidente do banco dos atuais R$ 51 mil para R$ 89 mil e dos diretores, de R$ 40 mil para 72 mil. “Somente a diferença entre o que era pago e o novo valor, em um ano, é possível comprar 26 ambulâncias equipadas. Em um único mês, o aumento definido para o novo presidente, sozinho, paga o salário de cerca de 40 professores e professoras”, comparou o deputado.

Ao final dos debates, o projeto obteve 31 votos favoráveis e 15 contrários.

MÍNIMO REGIONAL – A indignação de Valdeci residiu também no fato de que a matéria seguinte a ser deliberada pelo plenário era justamente o PL 172/2019, também do Poder Executivo, que reajustava o salário mínimo regional. Enquanto os dirigentes do Banrisul foram contemplados com mais de 70% de aumento, o governo propôs apenas 3,4% para os trabalhadores gaúchos. A matéria também foi aprovada, e as faixas salariais do mínimo regional devem variar de R$ 1.237,15 a R$ 1.567,81, conforme a categoria. 

Texto: Marcelo Antunes (MTE 8.511)

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