sábado, 23 novembro
Crédito Joaquim Moura

A deputada Sofia Cavedon utilizou a tribuna, na tarde desta quarta-feira (03), para falar sobre o a ditadura militar e as versões da história. O objetivo foi defender a importância do parlamento na luta contra o desrespeitos aos Direitos Humanos e contra os abusos do regime militar.

Lembrou que o presidente deposto, João Goulart estava longe de ser comunista, mas que tinha sensibilidade para as demandas sociais da época e tinha um educador, Paulo Freire, que diante da multidão de analfabetos no país desenvolveu um método de alfabetização que dava significado às palavras e tornava a aprendizagem mais fácil, que assustava porque trazia conscientização e educação. “Talvez o que interrompeu e que motivou o golpe em Goulart tenham sido os aumentos consecutivos do salário mínimo, talvez as reformas de base que indicavam para mudanças importantes, na luta pela terra, na possibilidade das famílias produzirem e criarem seus filhos e não ser como aconteceu na sequência, expulsos pela concentração de terras e assim formarem as favelas”, opinou.

Sofia falou que mais uma vez aqueles que não prezam a democracia geraram um período que não era pela defesa do Brasil lembrando os mais de 20 anos de ditadura. “Tivemos o fechamentos de parlamentos, a cassação de mandatos só por levantarem algum tema, questionarem a morte ou o desaparecimento ou defenderem democracia sem censura e sem repressão”.

A deputada elogiou a iniciativa do colega de bancada, o deputado Pepe Vargas que protocolou nesta quarta-feira projeto de resolução para a criação de galeria em homenagem aos deputados e deputadas cassados pelo regime militar. Comentou que a Casa recebeu a visita de presos e torturados e que ouviu o relato de que a Assembleia instituiu a primeira Comissão de Direitos Humanos do país e, em 1966, instaurou uma CPI para investigar a morte do sargento Manoel Raimundo Soares e em 1978 investigou o sequestro da família de Lilian Celiberti. “Essa Assembleia, que instituiu a Subcomissão de Justiça e Verdade, nunca se furtou de elucidar a verdade. Reconheçamos este tempo de exceção e superemos para nunca mais existir”, sustentou.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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