Deputado Pepe Vargas lamenta proposta de extinção da EGR

Crédito Joaquim Moura

“Perguntem o que a Serra achava do pedágio entre Caxias e Farroupilha da nada saudosa Concessionária que administrava o pedágio na Serra gaúcha (Convias).” A afirmação foi feita pelo deputado Pepe Vargas (PT) em declaração de liderança da bancada do partido na tarde desta quinta-feira (28) durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa. O objetivo foi argumentar que a proposta manifestada esta semana pelo governador Eduardo Leite (PSDB) de abrir programa de concessão de rodovias e extinguir a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) trará muitos prejuízos para os usuários de rodovias gaúchas.

Pepe argumentou que o governo do Estado está fazendo a opção de trazer para o estado um modelo que já foi utilizado e que já foi objeto de repulsa por parte do povo gaúcho. “Entre as privatizações e concessões, no plano ideal, e entre as privatizações e concessões realmente existentes é importante que a sociedade faça uma reflexão”, defendeu. O paramentar lembrou ainda que o modelo de pedágios que existia e que o governo sinaliza voltar a implantar representa tarifas caras e com parcos investimentos por conta das concessionárias. “Retomar esse modelo sem avaliação crítica e anunciar que vai extinguir a EGR que administra praças em que a gente vê investimentos sendo realizados na manutenção – e só faz manutenção porque o contrato foi para a manutenção, mas poderia fazer investimentos se assim fosse definido”.

Para Pepe, a EGR poderia também buscar financiamentos no sistema financeiro, pois se detém uma concessão de 30 anos, com garantia de explorar um pólo de pedágio com uma dada receita, tem como dar garantias e leva vantagem sobre as concessionárias privadas, pois não tem a necessidade de ter taxas internas de retorno elevadas que oneram a sociedade. “É um erro brutal extinguir a EGR, então pelo menos deixem ela onde está trabalhando e funcionando bem. E poderia até ser melhor, se implantassem nestes polos o controle social, com uma comissão de usuários que fiscalizasse a utilização do dinheiro arrecadado para dar mais efetividade e controle”, sustentou, observando que o governo concedeu rodovias como a Freeway para empresa inidônea, que fez acordo de leniência por conta de envolvimento de caixa dois com Paulo Preto (PSDB–SP).

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)