O Brasil é o quinto país com maior número de feminicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde apresentados pelo deputado Edegar Pretto (PT) durante o Grande Expediente da sessão plenária desta terça-feira (26). A cada hora, 503 mulheres são vítimas de violência no país, conforme o parlamentar. Embora elas componham 51,48% da população nacional e estejam presentes nos mais variados campos de atuação, a desigualdade de gênero ainda permeia a sociedade, apontou o deputado. O país ocupa a 90ª posição em um ranking do Fórum Econômico Mundial que analisa a igualdade entre homens e mulheres em 144 países, tendo caído 11 posições após o golpe sofrido pela presidente Dilma Rousseff. Na categoria “Empoderamento Político das Mulheres”, a queda teria sido de 24 posições, ressaltou o orador. “Elas votam, chefiam famílias, trabalham em diversos campos, concorrem a cargos públicos, comandam empresas e até mesmo governam a nação”, disse Edegar. “Mas há uma grande diferença entre o poder, teórico e prático”, reconheceu. Segundo Edegar, as mulheres brasileiras têm menor remuneração, sofrem mais assédio, são mais sujeitas ao desemprego e estão sub-representadas na política. Ainda que se dediquem mais aos estudos, recebem salários menores e são mais afetadas pela falta de empregos. Em média, recebem 25% menos do que homens com a mesma formação e na mesma função. A chegada dos filhos é um dos principais elementos na discriminação contra as mulheres no mercado de trabalho, de acordo com o parlamentar. Retrocessos Para Edegar, o lançamento do “Programa Mulher Viver Sem Violência” foi um marco na redução da violência de gênero. Dentro do programa, estava prevista a construção de Casas da Mulher Brasileira nas 27 capitais brasileiras. “O Rio Grande do Sul perdeu R$ 8 milhões por não executar o convênio com o governo federal, deixando milhares de mulheres gaúchas sem a possibilidade de ter todos os serviços de acolhimento em um só lugar”, lamentou. Frente Parlamentar “Construir a igualdade de gênero e lutar pelo fim da violência contra as mulheres é uma das pautas prioritárias do meu mandato e da minha militância pessoal”, afirmou o parlamentar, referindo leis de sua iniciativa já aprovadas, como a do monitoramento de agressores, por meio de tornozeleiras eletrônicas, que busca implementar junto com a primeira mulher chefe de Polícia do Estado, Nadine Anflor, e projetos em tramitação, como o que inclui no currículo escolar o tema da igualdade de gênero e o enfrentamento à violência contra as mulheres. Disse que o próximo passo, no âmbito do movimento ElesPorElas, é transformar Porto Alegre em uma “Cidade Amiga das Mulheres”, com a instauração de uma série de medidas que facilitem a vida das mulheres. Reforma da Previdência Em apartes, manifestaram-se os deputados Sofia Cavedon (PT), Luciana Genro (PT) e Dalciso Oliveira (PSB). Fonte Agência de Notícias ALERGS |