Política de privatização de Leite é a continuidade de Sartori, afirmam parlamentares

“As pessoas desconhecem as benesses que as empresas públicas trazem para as regiões onde elas estão inseridas, que vai além do desenvolvimento, temos impactos sociais, econômicos e a população precisa saber”, afirmou o prefeito de Candiota, Adriano dos Santos Castro, um dos idealizadores da audiência pública realizada nesta segunda-feira (25), no município localizado na região da Campanha.

A atividade, que contou com a participação da população regional, encheu o ginásio municipal da cidade e serviu para promover o debate sobre “O Setor Energético Gaúcho – Os desafios, as oportunidades e a decisão popular”.

O líder da bancada do PT, deputado Luiz Fernando Mainardi, afirmou que a temática tem vários argumentos que a população pode utilizar para sensibilizar os deputados. “Estamos falando de um valor que é fundamental, que é o direito das pessoas opinarem sobre as coisas que a elas pertencem. O governo quer evitar o debate público pois sabe que se formos a fundo nas informações de cada uma das estatais e da eficiência de cada uma, eles perdem”, disse.

O programa de privatização que o governo de Eduardo Leite defendeu nas eleição de 2018 é igual ao que vinha sendo implementado por José Ivo Sartori que, segundo os parlamentares presentes, é a continuidade da política implementada pelo ex-governador Antonio Britto.

Para o deputado Jeferson Fernandes esta é uma política que visa cumprir a chamada pauta neoliberal de redução do tamanho do Estado. “Nós vamos intensificar esta peleia, não nos falta argumentos. Não querem que o povo saiba a importância do carvão e eles fazem de tudo para a CRM fechar no negativo para vender a preço de banana, ignoram o desenvolvimento e a geração de emprego aqui pra região”, ressaltou.

O deputado Zé Nunes observou que “está é uma luta desafiadora para cada um de nós que acredita num Estado de todos os gaúchos e gaúchas”. Para o parlamentar, o momento político é quem está pressionando para a privatização. Não é uma decisão por falta de dinheiro, mas uma visão de Estado.  “Não é este dinheiro que vai resolver os problemas financeiros do RS, querem entregar o patrimônio de bandeja para o setor privado”, finalizou.

O prefeito de Candiota lembrou ainda que a população é quem deve definir, através do plebiscito, sobre o patrimônio do Estado.

A audiência foi realizada pela Prefeitura de Candiota, Câmara de Vereadores de Candiota, Associação dos Funcionários em Defesa das Estatais e do Patrimônio Público (ADEFERS), Sindicato dos Mineiros de Candiota, Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), Sindicato dos Técnicos Industriais do RS (SINTEC RS) e Sindicato dos Engenheiros do RS (SENGE RS).

 

Texto: Raquel Wunsch (MTE 12867)