“Precisamos reconhecer que depois de um ano, as forças responsáveis pela investigação chegaram aos autores do crime. O que a investigação não concluiu são os mandantes, mas cabe parabenizar o MP (Ministério Público) do RJ (Rio de Janeiro) por ter chegado a uma conclusão”. A afirmação foi feita durante em declaração de liderança na sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (12) pelo deputado estadual Pepe Vargas, que também cobrou que a ligação da família Bolsonaro com os milicianos seja investigada.
O caso da vereadora Marielle, segundo Pepe, recebeu uma grande repercussão pois foi o assassinato de uma vereadora da capital do Rio de Janeiro, o que fez com que a imprensa desse mais destaque ao caso. Sobre o fato de um dos suspeitos presos nesta terça-feira viver no mesmo condomínio do presidente da república, não é suficiente para dizer que Bolsonaro está diretamente vinculado ao mesmo. “O que precisa de uma resposta é como milicianos tinham vínculos políticos com o senhor Flávio Bolsonaro. Ou não é verdade que familiares de milicianos presos tinham vínculo político com Flavio Bolsonaro? Assim como exige uma resposta o fato de que o Flávio Bolsonaro votou contra uma CPI na Assembleia Legislativa que era para investigar as milícias. Como é fato e é verdade que Jair Bolsonaro enquanto deputado federal fazia discursos na tribuna da Câmara dos Deputados e nas comissões, dizendo que as milícias inclusive prestam uma certa segurança à população”.
Pepe disse também que o problema reside em Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio e amigo do presidente da República, suspeito de se apropriar indevidamente de parte dos salários de funcionários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que até agora não apareceu. “Porque a polícia do RJ não fez condução coercitiva? Não se trata de fazer acusação, mas de cobrar que as respostas aconteçam”.
Pepe também observou que é preciso se insurgir contra qualquer violência contra as pessoas. “Temos que ensejar a mesma solidariedade e a mesma indignação a qualquer atentado à vida, mas há crimes que têm maior repercussão pública. Evidente que a tentativa de homicídio que o então candidato Bolsonaro sofreu teve enorme repercussão e o suspeito foi preso na hora”. Respondendo ao deputado Rui Irigaray, Pepe pediu que seja investigada também a autoria do atentado contra o então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro. Pepe argumentou que a justiça é subordinada ao agora ministro Sérgio Moro, por isso a exigência de uma investigação cabe a quem está ligado à própria vítima. “Se foi um ato isolado, ou se tem gente por trás, é preciso que seja investigado”.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)