sábado, 23 novembro
Crédito Vanessa Vargas

Há um dia do 8 de março, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), utilizou a tribuna na sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (7) para agradecer as homenagens feitas pelos colegas deputados, mas sobretudo para chamar a atenção para a gravidade do machismo que mata. Para justificar, apresentou dados que comprovam a violência efetiva contra a mulher, reproduzida livremente motivada por uma cultura de formação das meninas e meninos no Brasil e no Rio Grande do Sul.

Sofia reiterou que ao contrário do machismo, o feminismo nunca matou ninguém. A parlamentar observou que os números da violência contra a mulher no Rio Grande do Sul são superlativos. “Os dados de 2018 são assustadores. Mesmo com todas as leis, a cultura da produção do machismo continua fazendo vítimas”. Os números trazidos pela deputada foram de 117 mulheres assassinadas no ano passado só por serem mulheres, enquanto 355 sofreram tentativas de homicídio.

A cultura do estupro, segundo a parlamentar, também é real e vitimou 1.712 mulheres e meninas em 2018. “Isso significa que o ‘não’ não é respeitado e o corpo da mulher é submetido à violência”. Sofia observou ainda que 21.815 mulheres sofreram lesões corporais e outras 37.623 foram ameaçadas. No mês de janeiro de 2019 – os números de fevereiro e março ainda não estão disponíveis – foram registrados 4 feminicídios no estado e 44 tentativas, 130 estupros e 2 mil lesões corporais. “Estes são os números que provam que essa relação desigual entre homens e mulheres produz esse tipo de violência”.

8 de março
A deputada aproveitou para alertar que o 8 de março é um dia de lutas em cima de fatos reais. “Não é um dia de homenagens pela beleza, pelo carinho de mãe. Não tratamos apenas com um caso de polícia. É uma questão de cultura também que deve ser tratados nas escolas, nas igrejas, em todos os espaços. Para essa cultura ser superada, muitos elementos concorrem. Um deles é a autonomia das mulheres. Por isso o trabalho, a terceirização a reforma da previdência que pretendem fazer para retirar direitos principalmente das mulheres é mais uma violência que se sobrepõe à violência física e emocional”.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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