A deputada Sofia Cavedon utilizou dois tempos de liderança na tarde desta quarta-feira (13), dia em que o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, abriu oficialmente o ano letivo na rede estadual, para chamar a atenção sobre problemas na educação. Entre eles nos salários dos professores que estão muito abaixo do piso nacional e os problemas na estrutura física das escolas estaduais.
A deputada, que também foi empossada nesta quarta-feira como titular na Comissão de Educação, deu dois exemplos de deterioração das escolas. O primeiro no Instituto de Educação General Flores da Cunha, primeira escola pública do Estado que completa neste ano 150 anos, que agora está dividido em quatro espaços e teve a educação infantil fechada. De acordo com a deputada, uma obra de restauro da ala que atenderia a educação infantil estava prevista para o espaço da educação infantil, mas não foi concluída.
Sofia, que já solicitou agenda com o secretário da educação fez um apelo ao governo do Estado. “Se o estado não é responsável pela educação infantil, não há o que justifique o fechamento de algumas escolas emblemáticas, pois há saídas para construirmos em regime de colaboração com os municípios e aproveitarmos os espaços físicos das escolas estaduais”, afirmou a deputada, lembrando que essa é uma questão básica, visto que as famílias não possuem recursos para deslocar as crianças para outras escolas mais distantes.
Outra escola que está em situação precária é o Colégio Estadual São Luiz Gonzaga, de Veranópolis, que está com parte do prédio interditada há um ano e meio. Segundo Sofia, uma obra de restauro estava programada para iniciar em janeiro, mas até agora não começou. “A educação estadual começa com muitos desafios. Temos que pensar no respeito e na dignidade dos professores, mas o espaço físico também precisa ser seguro. Não podemos começar o ano letivo com uma escola escorada como é a São Luiz Gonzaga de Veranópolis”.
Estado autoriza aterro em área de produção agroecológica
A deputada Sofia Cavedon aproveitou o espaço de liderança, ainda, para denunciar a decisão do governo do Estado de autorizar a instalação de um aterro sanitário em uma região de produção agroecológica em Viamão. De acordo com a parlamentar, a comunidade foi surpreendida com a notícia, sem que houvesse qualquer forma de consulta pública.
A área, localizada na Fazenda Monte Verde, faz vizinhança com o assentamento Filhos de Sepé, produtor de arroz orgânico. O espaço também é lindeiro a uma reserva indígena, onde se encontram sete nascentes de água. “As nascentes tem sua ligação com o aquífero que, de um lado, leva ao rio Gravataí e, de outro, ao Lami, na zona sul de Porto Alegre”, destacou Sofia.
A parlamentar petista ressaltou que todos os indicadores e especialistas dizem que é um grande equívoco licenciar um aterro nesta região. Lembrou que ninguém é contra aterro, mas que estes devem ser instalados em lugares apropriados. Sofia Cavedon defendeu a realização de audiência pública, com a presença dos órgãos e entidades ambientais. “Precisamos saber o impacto desta obra, do funcionamento do aterro, do tráfego constante de caminhões, terá na fauna e na produção agroecológica desta região”, disse.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)