O governo federal decidiu encerrar a medida antidumping que beneficiava a produção nacional, estabelecendo tarifas para leite em pó oriundos da Nova Zelândia e da União Europeia, em 3,9% e 14,8%. A notícia impacta o setor, pois fragiliza ainda mais a situação dos produtores, elo mais fraco da cadeia.
Em ofício enviado ao governador Eduardo Leite, nesta quinta-feira (7), o deputado estadual Zé Nunes (PT), que coordena o Grupo de Trabalho do Leite na Assembleia Legislativa, fez um apelo ao governo do Estado, para que coloque a defesa do setor leiteiro como prioridade. “Precisamos proteger e estimular a produção familiar e atuar para o fortalecimento das instituições criadas para a gestão da cadeia. O governador precisa pressionar em Brasília para reverter decisão antidumping, na defesa da produção nacional, e revogar o Decreto n° 53.059, de 09 de junho de 2016, acabando com o diferimento na importação de leite em pó”, declarou.
Segundo a Emater, a cadeia leiteira gaúcha existe em 173.706 propriedades rurais, dos quais 65.202 vendem leite para indústrias, cooperativas ou queijarias ou processam a produção em agroindústria própria. A produção está presente na maioria municípios do Estado, a área média das propriedades dos produtores de leite é 19,1 hectares, portanto, com base da agricultura familiar. Estima-se que o volume de leite produzido no RS seja de 4,47 bilhões litros por ano.
Texto: Marcela Santos (MTE 11679)